Ex-ministro do primeiro governo Dilma Rousseff e hoje presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUB), instituição de formulação política do PMDB, Moreira Franco rebate rumores de que o partido articula apoio a impeachment da presidente Dilma Rousseff, porque “não trai” e “não é golpista”, mas diz que o único compromisso do partido com o governo é com a aprovação do ajuste fiscal. “O PMDB não trai.

Nós chegamos aonde chegamos porque o PMDB não trai”, afirma, em entrevista ao Valor. “Hoje até a presidente fala do impeachment como se fosse uma coisa absolutamente natural, do ponto de vista institucional.

E não é. (…) Não somos golpistas.” Moreira mostra-se surpreso com a rapidez do agravamento da crise e, sem citar nomes, responsabiliza o núcleo do governo por complicar o quadro. “O ideal é uma crise chegar ao Palácio do Planalto tensa, nervosa, com temperatura alta e, ao longo do dia, ser absorvida e ficar leve, serena e o mais acordada possível”, afirma.

No entanto, o que acontece, segundo ele, é que “a tensão sai dali mais dura”.

O vice-presidente, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, é “destoante” no Planalto, segundo Moreira - um dos dirigentes do partido mais próximos do vice - porque atua para conciliar e acalmar as situações.

O presidente da FUB, cuja principal tarefa no momento é preparar a “tropa” do PMDB para tornar viável candidatura própria a presidente da República em 2018, critica o governo por não ter estratégia para o pais, diferentemente do que acontecia no governo de Lula, e por não enfrentar politicamente a atual crise.