Foto: J.Batista/Câmara dos Deputados O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer implementar o sistema parlamentarista de governo até 2019, quando o próximo presidenciável for eleito.

Ele espera obter um acordo para colocar a proposta em votação antes de 2017, quando termina seu mandato no comando da Câmara.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Cunha disse que começou a negociar com outros partidos uma emenda à Constituição para implantar o sistema parlamentarista de governo no Brasil. “Temos que discutir o parlamentarismo no Brasil, e rápido”, disse o presidente da Câmara.

Segundo ele, o processo já está em andamento com conversas entre parlamentares que apoiarão a medida.

Entre eles, Cunha citou os partidos PSDB, DEM, PPS, PMDB, PP e PR.

Mais especificamente, José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). “Agora seria um golpe branco, o tema tem ganhado força.

Tenho conversado com quase todos os agentes políticos”, afirmou Cunha que acha que a economia brasileira chegará ao fim do ano pior do que está agora, como disse na entrevista.

Questionado se a presidente Dilma Rousseff aguentará os quatro anos de mandato, o presidente da Câmara afirmou que o governo começa a passar uma impressão de recuperação. “Apesar de derrotas pontuais, o governo conseguiu passar uma impressão de recuperação da estabilidade com a aprovação do projeto das desonerações.

Claro que não é suficiente para reverter nada.

O mercado não vê o governo como agente indutor [de mudanças na economia].

Se você falar com nove de dez economistas, estamos muito mais perto do caminho da Grécia do que do caminho da China”. disse Cunha » Deputados votam projeto que reduz desonerações Parlamentarismo O sistema Parlamentarista dá mais poder ao legislativo e retira as responsabilidades políticas do presidente que, no caso, se torna um chefe de estado.

Países como Inglaterra, França, Alemanha e Portugal possuem esse sistema de governo.

Cunha justifica dizendo que o parlamentarismo tem mais condições de proteger o País de eventuais crises, como a que acontece no momento.

Ele quer implementar a medida já para o próximo mandato presidencial, em 2019, e quer que tudo esteja encaminhado até o fim do seu mandato, em 2017.

Temer na frente das articulações políticas Cunha também disse que seu colega de chapa, Michel Temer, mostrou serviço no novo posto de comando das articulações políticas ao entrar em um acordo com o Congresso na aprovação do ajuste fiscal. “Ele entrou e passou um sinal claro de que tinha uma estabilidade política maior e aprovou: ele pegou um vaso todo quebrado e conseguiu colocar uma cola que você não vê que estava colado”, exemplifica Cunha.

Sobre membros dos partidos aliados não votarem no PT, Cunha aponta que a causa seja a política de hegemonia do partido, e exemplifica: “Se o PMDB não ocupou o cargo que foi prometido, esse deputado vê que o cargo está ocupado por um petista.

O governo prometeu e não cumpriu.”