Foto: divulgação/PSDB O senador Aécio Neves (PSDB) atribuiu ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) “parcela de responsabilidade” sobre os incidentes registrados na missão dos senadores a Caracas, na Venezuela, nessa quinta-feira (18).
Em pronunciamento no Senado, nesta sexta (19), Aécio citou declaração do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que falou ontem a um grupo de parlamentares que houve determinação do governo brasileiro para que o embaixador do País na Venezuela deixasse de acompanhar a delegação dos senadores. “A responsabilidade pela exposição da delegação brasileira é, sim, também do governo brasileiro”, disse Aécio, em pronunciamento no Senado, em aparte à fala do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
O senador também contestou a omissão do governo Dilma ao crescimento da violência e do autoritarismo no país vizinho.
Ainda na noite da quinta (18), o Itamaraty publicou uma nota em que critica os “inaceitáveis atos hostis” de manifestantes contrários à comitiva de senadores brasileiros em Caracas e afirma que pedirá ao governo venezuelano “os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”.
Aécio anunciou que o PSDB apoiará a proposta do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) para a convocação do ministro Mauro Vieira à Comissão de Relações Exteriores do Senado, presidida pelo senador Aloysio Nunes, para que sejam feitos os esclarecimentos sobre a conduta do governo do PT em relação aos episódios de violência e de intolerância política ocorridos na Venezuela.
CONGRESSO - O presidente do PSDB afirmou que a visita dos senadores à Venezuela não cumpriu somente uma tarefa humanitária, mas também de monitorar o respeito à democracia em um País com o qual o Brasil possui relações diplomáticas. “Nós, do Congresso, somos responsáveis por ratificar os acordos binacionais firmados pelo Brasil.
E, a partir do momento em que somos signatários, também somos responsáveis pela fiscalização”, disse.
Tanto Aécio quanto Aloysio Nunes lembraram da cláusula do Mercosul que determina, a todos os países que integram o bloco, a proibição de regimes autoritários.
Aécio contestou afirmações que classificaram a visita dos senadores à Venezuela como uma missão ’não-oficial’ e composta somente por membros da oposição.
Ele lembrou que havia integrantes de partidos da base aliada no grupo e que os parlamentares viajaram em um avião da Força Aérea Brasileira.
Os senadores relataram ter sido impedidos de seguir o roteiro de viagem ao país vizinho após reação de manifestantes no trajeto entre o aeroporto da capital e Caracas.