Foto: Ana Volpe/Agência Senado Folhapress Com mais de dez senadores investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Lava Jato, o Senado elegeu nesta terça-feira (16) um fiel aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para assumir pela quinta vez o comando do Conselho de Ética da Casa.

O órgão, responsável por julgar a conduta ética dos senadores, vai ser presidido nos próximos dois anos por João Alberto Souza (PMDB-MA).

O peemedebista já presidiu o conselho por quatro vezes e estava no comando do colegiado na última legislatura do Congresso, que terminou em janeiro deste ano.

Coube ao senador arquivar processos, em 2010, na época do escândalo dos atos secretos -em que medidas administrativas tomadas pelo Senado não eram publicadas oficialmente. “Vou ser neste conselho a mesma coisa que fui desde a minha primeira eleição.

Ficarei aqui sempre resguardando a Casa e a honra dos senhores senadores, e não titubearei na hora de aplicar a lei”, afirmou João Alberto.

O peemedebista disputou o cargo com o senador Lasier Martins (PDT-RS), que apresentou candidatura própria para presidir o conselho.

João Alberto foi eleito por seis votos contra três recebidos pelo pedetista.

O senador Paulo Rocha (PT-PA) foi eleito vice-presidente do conselho.

O petista chegou ao Senado este ano depois de ter a candidatura liberada pelo Tribunal Superior Eleitoral após ser absolvido no mensalão.

Renan é um dos senadores investigados pelo Supremo na Lava Jato, assim como Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), entre outros.

Cabe ao conselho julgar processos por quebra de decoro parlamentar que envolvam os senadores, o que inclui eventuais condenações ocorridas no exercício do mandato.

Oficialmente, o PMDB afirma que João Alberto foi escolhido para presidir o conselho por ter sido o único membro do partido disposto a comandar o órgão.

Nos bastidores, senadores peemedebistas admitem que a escolha pode beneficiar Renan e outros peemedebistas futuramente.

Se Renan tiver que responder a eventuais processos por quebra de decoro parlamentar, aliados do peemedebista afirmam que ele terá no comando do conselho um nome de sua confiança.

João Alberto assumiu o Conselho de Ética pela primeira vez em 2000, quando votou contra a cassação de Jader Barbalho (PMDB-PA), que renunciou ao cargo de senador para não perder os seus direitos políticos.

Logo em seguida, foi reeleito.

Em 2011, se elegeu pela terceira vez para o comando do conselho.

O mesmo cenário se repetiu em 2013, quando novamente foi escolhido presidente do colegiado.