Do Jornal do Commercio deste sábado (6) Por Angela Fernanda Belfort Maior reservatório do Nordeste, Sobradinho está agonizando.

A vazão do lago só faz diminuir, liberando menos água.

Na próxima semana, a vazão vai passar de 1.000 metros cúbicos por segundo para 950.

Na semana seguinte, 900 metros cúbicos por segundo. “Estamos fazendo uma preservação hídrica para não acabar a água de Sobradinho. É o volume mais baixo e o pior de todo o histórico desde 79/80”, resume o diretor de Operações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Mozart Arnaud.

E, com a redução da vazão, o lago deve chegar ao fim do período seco, em novembro, com 5% da sua capacidade de armazenamento, percentual registrado em 2001, quando houve o racionamento de energia.

Reservatório de Sobradinho vai diminuir a vazão para chegar a novembro com 5% da sua capacidade, como ocorreu em 2001.

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem Sobradinho pode armazenar 60% da água a ser usada na geração de energia da Região.

Atualmente, o lago está com 21,2% da sua capacidade, contra os 27,7% registrados nesse mesmo período em 2001. “Não há risco de faltar energia porque existem outras fontes, como as térmicas e as eólicas.

O problema hoje é a água”, diz Arnaud.

O cenário também é diferente de 2001 porque há mais linhas de transmissões para “importar” energia.

A vazão de Sobradinho vem diminuindo desde abril de 2013, quando passou a ser menor do que 1,3 mil metros cúbicos por segundo, a vazão ambientalmente correta.

A pouca água fez a geração de energia ter um papel secundário.

As hidrelétricas movidas pela água de Sobradinho podem produzir 1.050 megawatts (MW) médios e estão gerando, em média, 213 MW médios.

De Sobradinho saem canais que vão para os perímetros do polo de fruticultura irrigada de Petrolina-Juazeiro. “As empresas estão se adaptando e fazendo novos pontos de captação.

No entanto, os produtores dos perímetros irrigados vão depender de uma nova estação de bombeamento para terem água”, explica o presidente da Associação dos Produtores do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto.

Existem pelo menos 10 mil agricultores nessa situação.

O equipamento que vai captar a água num nível mais baixo custará R$ 38 milhões e será licitado pela Codevasf no segundo semestre deste ano.