Deputada Priscila Krause se mune de números para rebater governo.

Foto: Ricardo B.

Labastier/JC Imagem; Apesar de se declarar independente na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e evitar vinculações com a bancada opositora, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) teceu fortes críticas, com base em dados oficiais, durante a apresentação do balanço orçamentário, nesta quarta-feira (3), feita pelo secretário da Fazenda, Márcio Stefanni.

Munida de planilhas e dados do Portal da Transparência do governo de Pernambuco, Priscila impressionou alguns deputados que demonstraram despreparo e assumiram tom provocativo ao afirmar que “queriam aulas sobre como lidar com números”.

Um deles chegou, inclusive, a perguntar a graduação da deputada, que é formada em jornalismo.

Apesar de a reunião ter sido aberta ao público, os deputados da bancada de oposição levaram falta na sabatina e perderam a oportunidade de questionar os dados do governo, tão cobrados nos últimos meses.

Apenas o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PTB), lançou questionamentos ao secretário.

Da plateia, o deputado Edilson Silva (PSOL) também acompanhou o encontro, mas não fez intervenções.

De acordo com o relatório apresentado por Priscila, o governo do Estado fez incremento real de despesas com material de consumo e com vencimentos e vantagens fixas relativos ao pessoal civil, item onde estão englobados cargos comissionados e funções gratificadas.

O levantamento aponta que, em relação a 2014, o gasto com material de consumo aumentou 16,6%, maior índice desde 2010 - intervalo de tempo analisado pela democrata.

No primeiro quadrimestre, o governo estadual gastou R$ 92,53 milhões, enquanto em 2014 – em valores atualizados – o gasto foi de R$ 79,37 milhões. “O material de consumo é um gasto necessário, inclui itens importantes na execução do papel do Estado, mas em meio a tanta crise é preciso que se economize, repactue contratos, corte no supérfluo.

Nessa categoria, os dados demonstram que estamos indo pelo caminho inverso”, afirmou Krause.

A deputada também questionou o incremento das despesas com pessoal, especificamente o elemento “vencimentos e vantagens fixas – pessoal civil”, aumentado em 11,91% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ela chamou atenção para o gasto elevado com “contratação por tempo determinado”, um volume 71% maior que o gasto há quatro anos. “É preciso que o contingenciamento alcance esses gastos com comissionados e, principalmente, com os contratos por tempo determinado.

Esse pode ser um caminho efetivo para sanear as contas e permitir reajustes para os servidores efetivos o mais breve possível”, complementa.

A deputada afirmou que vai protocolar dois pedidos de informações ao governador solicitando detalhamentos dos dados da folha e das despesas com material de consumo por unidade orçamentária das administrações direta e indireta.

Em resposta à deputada, o líder do governo, Waldemar Borges (PSB), afirmou que, no início do ano, o governo de Pernambuco exonerou “silenciosamente” 800 comissionados. {LEIA DADOS APRESENTADOS POR PRISCILA KRAUSE}