Foto: Guga Matos/JC Imagem.
Em busca de uma mudança dentro da própria corporação, os delegados de Pernambuco decidiram investigar os inquéritos de acordo com a ordem cronológica dos casos.
A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) tomou a decisão ao fim da primeira assembleia da categoria, realizada semana passada.
O grupo explica que o gesto tem a intenção de recuperar a “dignidade profissional” da classe.
A ação deve interferir diretamente nas metas do Pacto pela Vida.
O presidente da Adeppe, Francisco Rodrigues, afirmou que o Pacto pela Vida foca apenas nos homicídios mais recentes e esquece as vítimas e familiares dos casos mais antigos, ainda não esclarecidos. “Mas todos os crimes merecem igual esforço na elucidação e, em respeito ao cidadão, agora o foco será na ordem cronológica”, frisou o delegado.
Na assembleia, também ficou estabelecido o ajuizamento de ação de cobrança de horas extras trabalhadas e de adicional noturno.
Apoiados pela Adeppe, os delegados vão exigir o cumprimento das formalidades nas convocações extraordinárias, a exemplo de ofícios e do pagamento de diárias.
A associação ressalta que, embora a Polícia Civil tenha obtido a terceira colocação nacional na elucidação das investigações de homicídios, os delegados recebem o pior salário do País.
Em Nota, a Chefia da Polícia Civil respondeu: A chefia de Polícia Civil se posiciona de forma contrária à decisão da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (ADEPPE) em relação a estabelecer que as investigações nos Inquéritos Policiais devem ocorrer de forma cronológica, ou seja, partindo dos procedimentos mais antigos para os mais novos, decisão tomada pela Associação em assembleia da categoria realizada no último dia 28/05.
Diante disso, a Chefia de Polícia Civil, neste momento de negociação salarial, solicita que a Associação dos Delegados exerça a liderança dos associados imbuído pelo bom senso quando da adoção de medidas decididas pela citada representação, e que, principalmente, a implementação das mesmas não prejudiquem à Sociedade Pernambucana, realizando interrupções ou diminuindo a prestação de serviços essenciais que são importantes para a segurança do nosso Estado. É importante frisar que a Associação, seguindo adiante com este posicionamento, impediria que a Polícia Civil de Pernambuco desse respostas rápidas em suas investigações, tal como foi o caso do quádruplo homicídio, quando também foram vitimados três Conselheiros Tutelares, fato ocorrido no dia 06 de fevereiro deste ano, na cidade de Poção/PE e que em menos de dois meses da ocorrência o referido crime hediondo foi totalmente esclarecido pela Polícia Civil pernambucana.
Como outro exemplo recente, também pode ser citado o homicídio do vereador Cícero Fernandes da Silva, em Serra Talhada, fato ocorrido no dia 12 de março passado, verificando-se que logo após a ocorrência do citado crime ocorreu uma certa instabilidade na segurança da região, tendo sido desencadeada a prática de outros homicídios no Sertão Pernambucano, sendo também, neste caso, dada resposta rápida por parte da Polícia Civil, realizando prisões de homicidas em nosso Estado, como também, no Estado da Paraíba.
Por último, a Polícia Civil de Pernambuco solicita dos seus profissionais de segurança que compreendam a responsabilidade de seus cargos junto a nossa sociedade e adotem postura a altura do nosso dever de prestar segurança.
Antônio Barros - Chefe de Polícia