JC entrevistou Pedro Henrique, presidente da OAB-PE Foto: Liniker Xavier/Divulgação Por Carolina Albuquerque do Jornal do Commercio.

Para representantes do grupo Coalizão pela Reforma Política, o sentimento é de frustração.

Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se articulam para lançar mão estratégias jurídicas e políticas que façam frente ao financiamento empresarial de campanha e às distorções do atual sistema proporcional. “Não termos embarcado para o ‘distritão’ é a única coisa boa.

Porém, vimos o papel da comissão especial acabar.

O presidente (Eduardo Cunha) cria uma comissão para inglês ver, roda o País, e na gora ele banca a proposta dele, se submete o que meia dúzia de caciques querem.

Infelizmente, achamos que nossos congressistas não estão antenados e percebendo as vozes da sociedade.

Estão ignorando as demandas sociais”, criticou o presidente da OAB-PE, Pedro Henrique.

Outro ponto questionado pelo presidente da OAB foi a aprovação do financiamento empresarial. “Claramente uma manobra para se tentar tirar o efeito do julgamento que está sendo conduzido no Supremo Tribunal Federal (STF).

Numa outra manobra, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas há um ano da ação que questiona a constitucionalidade do financiamento de empresas a políticos.

Mas não creio que prejudique do ponto de vista do mérito”, explicou o advogado.

Também é negativo o balanço da semana para o advogado Marcelo Machado, da CNBB, também membro da Coalizão que reúne mais de cem entidades da sociedade civil. “Inclusive, houve um golpe que foi dado.

O financiamento empresarial foi derrubado num dia e, no outro, o presidente da Câmara colocou novamente em discussão o mesmo tema.

Ele conseguiu, com isso, aprovar justamente algo que todos não querem, que é a permanência do poder econômico sobre as eleições”, disse.