Mesmo com o anuncio do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, de que o partido votaria contra a MP 665, que restringe o acesso dos trabalhadores ao seguro-desemprego, ao seguro-defeso e ao abono salarial, a MP foi aprovada, dando vitória ao governo Dilma.

Quando eram governo, os tucanos mostravam mais responsabilidade fiscal.

Agora, na oposição, parecem ceder ao populismo mais barato.

A medida provisória fazia parte do ajuste fiscal enviado ao Congresso pelo governo da presidente Dilma Rousseff e entrou em discussão no Senado após ser aprovada pelo PT e pela base governista na Câmara dos Deputados.

Em discurso na tribuna do Senado no início da noite, Aécio Neves chegou a afirmar que o governo petista apresenta ao Brasil a conta de sua irresponsabilidade no excesso de gastos e dos erros cometidos na condução da economia. “Este não seria o ajuste que o PSDB faria.

O ajuste do PSDB passaria em, primeiro lugar, pela racionalização da máquina pública nesse Brasil, para acabarmos com esse acinte e com essa vergonha de termos quase 40 ministérios e dezenas de milhares de cargos.

Nós estaríamos discutindo não a supressão de direitos, mas uma profunda e articulada reforma tributária em parceria com os estados e municípios”, disse o presidente do PSDB.

Ele acrescentou que a responsabilidade exclusiva pela dureza das medidas que buscam tirar direitos consolidados dos trabalhadores brasileiros é da presidente da República e do seu governo. “O conjunto dessas medidas não atende aquilo que é essencial para o Brasil, que é a retomada do crescimento da nossa economia.

Não será a restrição do seguro-desemprego no momento em que o desemprego aumenta, não será a retirada inconstitucional do abono salarial, direto legítimo conquistado na Constituinte da qual eu participei, que vai resolver o problema de credibilidade por que passa o Brasil”, criticou Aécio Neves.