Foto: João Bita/Alepe Por Paulo Veras Do Jornal do Commercio Apesar da polêmica em torno da declaração do deputado Joel da Harpa (PROS) de que “bandido que troca bala com a polícia tem que morrer”, o parlamentar não deve ser alvo de nenhuma sanção por parte da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, que ele integra como suplente.

O presidente do colegiado, Edilson Silva (PSOL), diz que o posicionamento é infeliz e não representa a posição do grupo. “Não vejo nenhuma medida disciplinar ou de decoro para ser tomada porque os deputados têm liberdade para expor as suas ideias”, afirma Edilson, para quem, cabe apenas demonstrar a contradição entre o discurso de Joel e a atuação dele na comissão.

Apesar de ser suplente, o deputado do PROS participa ativamente das discussões da comissão.

No final da sessão dessa terça-feira (25), Edilson tentou contemporizar as afirmações do colega, dizendo acreditar que elas eram fruto de uma fala “com pouca reflexão”.

Em seguida, Joel da Harpa reiterou a declaração polêmica. “Entre morrer o policial e morrer o bandido, eu continuo dizendo que prefiro que morra o bandido”, disse. “Em 17 anos de polícia, já participei de várias ocorrências de tiroteio, de troca de bala com bandido, e nunca atirei no bandido pensando em pegar na perna.

Porque na hora da adrenalina não dá para mirar, não dá para pensar onde a gente vai acertar”, afirmou.

Ao JC, o parlamentar explicou que não acha que os policiais devem sair de casa já pensando em matar um criminoso, mas que eles não devem abrir mão de usar a força para defender a própria vida e a de outras pessoas.

Mesmo integrando a bancada evangélica, Joel da Harpa também defendeu a instituição da pena de morte no País porque ela não seria proibida por Deus.

Ele diz defender a vida “dos homens e das mulheres de bem”.

Os deputados Professor Lupércio (SD) e Cleiton Collins (PP), também evangélicos, reagiram ressaltando a possibilidade de ressocialização das pessoas.

Para o promotor Marco Aurelio Farias, coordenador do Centro de Apoio Operacional em Defesa da Cidadania do Ministério Público de Pernambuco, as declarações de Joel da Harpa são lamentáveis. “Defender o extermínio de um ser humano é ofender a dignidade das pessoas”, diz.

O promotor lembra que a Constituição prega a resolução pacífica dos conflitos e afirma que a pena de morte não conseguiu reduzir a violência nos países em que foi implantada.