Marina Silva teceu críticas ao governo federal em encontro com militância no Recife.
Foto: André Nery/JC Imagem.
Sem pisar em solo pernambucano desde o fim das eleições presidenciais, a ex-senadora Marina Silva participou nesta segunda-feira (25) de uma plenária com a militância da Rede Sustentabilidade, partido que ela quer criar.
Marcado para as 18h30, o encontro começou com quase duas horas de atraso, no auditório do Empresarial Trade Center (ETC), na Zona Norte do Recife.
Durante a reunião, que aconteceu a portas fechadas, Marina criticou o governo federal e afirmou que está havendo um retrocesso na política. “Caminhamos 20 anos para trás.” A ex-senadora chegou ao evento acompanhada dos coordenadores da Rede, Pedro Ivo Batista e Roberto Leandro, e evitou falar com a imprensa.
Mas, no encontro com a militância, Marina alfinetou o governo Dilma e disse que a política de distribuição de cargos “já se esgotou”. “Hoje quem acompanha o Congresso sabe que dez partidos tem 39 pedaços do Estado.
Em alguns momentos, até o próprio partido da presidente não apoia as medidas.
Agrava-se tudo isso em função de alguns segmentos, inclusive o próprio governo, o próprio partido da presidente”, afirmou a ex-candidata, que obteve 22,1 milhões de votos em 2014.
Marina Silva está percorrendo o País para conversar com militância e principais lideranças políticas.
Foto: André Nery/JC Imagem.
Os principais problemas sociais que vêm afetando o País também entraram na análise conjuntural feita pela ex-ministra de Meio Ambiente. “Milhões de brasileiros correm o risco de perder seus empregos, pessoas tiveram que sofrer perdas em relação ao seguro-desemprego, é um monte de problemas que está acontecendo na saúde, na educação, na segurança, no Minha Casa, Minha Vida.
O Pronatec foi reduzido à metade.
Isso tudo é muito grave para que as pessoas fiquem utilizando a crise para sua estratégia de grupo”, analisou. “Como é que a gente achava que estava avançando 20 anos para frente e descobre que caminhamos 20 anos para trás”, criticou a ex-senadora, que passou a tarde na companhia de Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, companheiro de chapa de Marina, que faleceu em um trágico acidente aéreo em agosto do ano passado.
Quanto ao processo de criação da Rede Sustentabilidade, o coordenador nacional de organização Pedro Ivo Batista explicou que as assinaturas necessárias para o processo junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já foram colhidas.
Cerca de 55 mil fichas de apoio foram assinadas, além das mais de 442 mil já homologadas. “Nós devemos dar entrada essa semana, mas não temos ainda uma data definida, porque a própria Marina precisa voltar para Brasília para a gente fazer isso.
A ideia é que a Marina rode o País para preparar o pessoal para a Rede virar um partido legal”, explicou.