Foto: Valter Campanato/ABr Folhapress Em entrevista ao jornal mexicano “La Jornada” publicada neste domingo (24), Dilma Rousseff afirmou não temer eventual processo de impeachment.
Segundo a presidente, a discussão tem hoje um viés de “arma política”. “Acho que tem um caráter muito mais de luta política, entende?
Agora, a mim não atemorizam.
Eu respondo pelos meus atos.
E tenho clareza dos meus atos”, disse.
Dilma comentou temas nacionais, como o escândalo de corrupção na Petrobras, e externos, como a relação entre Brasil e México, onde cumpre agenda na próxima semana.
Ao destacar a relevância da Petrobras -“importante como a seleção”-, citou a Lava Jato e reconheceu o envolvimento de funcionários. “A Petrobras tem 90 mil funcionários, quatro foram e estão sendo acusados de corrupção.
Ninguém pode falar antes de condenados, mas os indícios são de que são responsáveis”, disse, sem citar nomes.
Ela fazia referência aos ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco.
Dilma foi inquirida sobre a política latino-americana, a aproximação entre Estados Unidos e Cuba e as denúncias de espionagem dos EUA contra o governo brasileiro –um tema, para ela, “concluído”. “O presidente Obama abriu uma discussão em que tiraram resoluções.
Entre essas, uma de que não tem cabimento espionar países amigos.
Eles responderam”, disse.
Ela defendeu o financiamento do BNDES ao porto de Mariel, em Cuba, e disse ver “exagero” na visão de instabilidade em governos locais -o jornalista citou Venezuela, Equador e Bolívia. “A democracia engendra manifestações, reivindicações.
Temos de cuidar porque a raiz golpista perpassa nossa cultura.”