Por Paulo Veras Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (22).
Um dia depois de o governo adiar a primeira votação do ajuste fiscal no senado por medo de que a proposta fosse derrotada, o senador Humberto Costa, líder do PT na casa, se queixou dos colegas de partido Paulo Paim (RS) e Lindbergh Farias (RJ), que anunciaram que votariam contra o Planalto.
Em entrevista à Rádio Jornal nesta quinta-feira (21), Humberto disse que os discursos de Paim e Lindbergh seguem uma visão “mais corporativa” e que o Senado Federal vai pensar mais no Brasil do que nos “interesses meramente eleitorais de cada um”. “Eu me lembro em 2003 quando Lula teve de tomar uma série de medidas amargas para equilibrar o país.
Muita gente disse que ele tinha se convertido ao neoliberalismo, que estava defendendo os interesses do setor financeiro.
E foram os mesmos que dois ou três anos depois choravam para que o presidente Lula fosse defendê-los nos seus palanques eleitorais nas eleições”, alfinetou o pernambucano.
Humberto Costa também criticou os manifestantes da Força Sindical que acompanharam a sessão no senado desta quarta-feira (20), e vaiaram os discursos em defesa do ajuste. “Aquelas pessoas que estavam ali eram militantes profissionais, remunerados pela Força Sindical”, afirmou. “São os maiores defensores desse processo de terceirização, fazendo o jogo integral dos empresários.
Sendo por eles financiados, inclusive”, disparou.
Para o petista, que disse enfrentar as vaias com tranquilidade, os integrantes da Força Sindical estavam no congresso para defender os interesses da oposição e não dos trabalhadores.