Na Folha de São Paulo Após ser ameaçado de prisão, o lobista Julio Faerman, acusado de intermediar pagamento de propinas da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras, informou nesta quarta (20) seu endereço à CPI que investiga irregularidades na estatal.

Faerman enviou, via advogados, ofício à CPI informando que tem residência em Londres, mas que retornou ao Brasil em março para se defender e atender a intimações referentes a investigações contra ele, encontrando-se atualmente no Rio.

Ele informou ainda que está “há vários dias” prestando esclarecimentos ao Ministério Público Federal no Rio sobre as propinas da SBM e que está à disposição da CPI. “Aconteceu um milagre”, ironizou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) após o recebimento do ofício.

Faerman foi um dos primeiros convocados pela comissão, em março, mas não foi encontrado.

A CPI decidiu pedir sua prisão na terça (19), após ouvir, nos arredores de Londres, o ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor.

Os deputados foram ao Reino Unido ouvir Taylor após a entrevista que a Folha fez com o delator em abril, na qual ele deu detalhes do caso.

Nesta quarta, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), informou que pediu à Polícia Federal que prendesse Faerman temporariamente para ser conduzido à CPI.

Após o ofício de seus advogados, deputados informaram que ele não deveria ser preso, mas sim conduzido coercitivamente à comissão.

Como está sob investigação, Faerman tem o direito de permanecer calado perante a CPI, para não produzir provas contra si mesmo.

Ainda não há data marcada para o depoimento, mas parlamentares pediram seja na próxima semana.