Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados Por Ayrton Maciel Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (15).

A oposição não se preparou para questionar o governo, nem o governo – através do vice-governador e coordenador do Comitê Gestor das Parcerias Público Privadas (PPPs), Raul Henry (PMDB) – estava preparado para responder a todos os questionamentos.

Eis é a principal conclusão da audiência de Henry com deputados estaduais, nesta quinta-feira (14), na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa, requisitada pela oposição, para esclarecer o contrato e o aditivo contratual, os custos de construção e manutenção em 30 anos e a quebra da expectativa de receita da Arena Pernambuco.

Bastante tranquilo, Henry colocou tudo sobre a Arena que já disse à imprensa, porque tudo perguntado foi sobre o que já foi dito.

Sequer dados de quatro outras Arenas, no modelo PPP, foram levantados para se contraporem ao da Arena Pernambuco.

Só quatro dos 13 oposicionistas participaram, cabendo a Edilson Silva (SOL), Romário Dias (PTB) e Sílvio Costa Filho (PTB) indagar, expor dúvidas e insinuar indícios de “irregularidades” – termo usado pelo psolista –, o que foi repelido pelo vice-governador.

O deputado Edilson Silva foi o mais contundente nas perguntas, mas limitou-se a repetir informações do contrato e do aditivo contratual (repassados pelo governo, atendendo pedido de informações da Alepe) que dispensou a exigência da realização de 60 jogos, por ano, de Sport, Santa Cruz e Náutico na Arena, dados já divulgados em coletiva do deputado na semana passada.

Das 12 Arenas da Copa 2014, só cinco são por PPPs.

As demais são públicas ou privadas.

Henry não sabia dados das demais PPPs para comparar com a de Pernambuco, quando indagado ao final da reunião.

A oposição não perguntou sobre a razão da opção por um contrato de 30 anos, maior prazo que o das Arenas Castelão (Fortaleza, 9 anos), Fonte Nova (Salvador, 15 anos), Dunas (Natal, 20 anos) e Mineirão (Belo Horizonte, 27 anos), nem sobre a razão da taxa líquida de 12%/ano, muito acima dos 7% praticados para investimentos no Exterior. “Num País como o Brasil, que oferece tantos riscos, tem que ter taxa atrativa para investidor privado”, explicou à reportagem.

A bancada do governo comemorou a explanação de Henry, sem contraditório, enquanto a oposição saiu frustrada.

A segurança e os dados que ele trouxe mostram que não há maquiagem, tudo é transparente e verdadeiro.

Henry não fantasiou”, comemorou o presidente da Comissão de Desenvolvimento, Aluísio Lessa (PSB). “Deu explicações sobre o que já li na imprensa”, desapontou-se Romário Dias que não teve dados para contradizer ou obter fato novo do vice-governador.