Sileno Guedes diz que não há briga por poder no PSB Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Por Franco Benites Do Jornal do Commercio.
Integrantes da Executiva estadual do PSB voltam a se reunir na noite de hoje na sede do partido para tratar novamente do processo de fusão com o PPS.
O presidente estadual da legenda, Sileno Guedes, vai repassar aos demais colegas de sigla o que foi debatido em Brasília na última terça-feira em um encontro com todos os presidentes estaduais.
Na ocasião, Pernambuco e Maranhão foram os únicos a se manifestarem contra a fusão.
Sileno Guedes minimizou o fato do PSB pernambucano estar em um grupo minoritário na defesa para que a fusão não ocorra.
De acordo com o socialista, isso não significa que a ala local esteja perdendo o poder sobre o comando partidário para São Paulo. “Não é sinal de enfraquecimento ou fortalecimento.
Ninguém está disputando nada, não existe briga.
Quem iniciou o projeto de fusão com o PPS foi o ex-governador Eduardo Campos.
A bandeira de todos é garantir a unidade e a identidade do partido”, afirmou.
Os pernambucanos enumeram uma série de razões para refutar a ideia de que estão enfraquecidos dentro do partido. “O presidente nacional do PSB, o vice-presidente e o secretário-geral são pernambucanos.
O Estado é o mais representativo para o partido.
Temos um governador, um senador, oito deputados federais, 15 estaduais, 53 prefeitos e 300 vereadores.
A nossa expressividade não é só histórica, com Miguel Arraes e Eduardo Campos, mas pelo peso eleitoral”, defendeu Adilson Gomes Filho, prefeito de Moreno e membro da Executiva estadual.
O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também nega que os pernambucanos estejam perdendo espaço dentro da legenda. “De maneira nenhuma.
Não há perda de espaço nenhum”, reiterou. “Não tem nenhuma diminuição de importância”, insistiu o prefeito, citando o quadro do PSB em Pernambuco.
Segundo Geraldo, a decisão sobre a fusão será tomada após um processo de escuta e terá uma “unidade nacional”.
E é justamente a linhagem histórica um dos argumentos do PSB pernambucano para evitar a fusão com o PPS. “O PSB tem ao longo de sua história referências biográficas importantes como João Mangabeira, Miguel Arraes, Eduardo Campos, Ariano Suassuana.
Tem 640 mil militantes ativos no País, é um partido nacional, grande.
O PPS tem 140 mil.
A gente tem a necessidade de aprofundar essa discussão.
Vejo com muita cautela.
Pode acarretar a entrada de quadros e abre uma janela de saída”, pontuou Sileno.
A palavra final sobre o sim à fusão com o PPS será dada pelos delegados do PSB no Congresso Extraordinário Nacional do partido no dia 20 de junho em Brasília.
Sileno destacou que até lá há tempo suficiente para “convencer e ser convencido”, mas ressaltou que caminho os socialistas pernambucanos deverão seguir. “A fusão não é somente uma conta aritmética em que se ganha tempo de televisão, fundo partidário e mais candidatos. É uma questão política”, argumentou.
Caso a fusão ocorra, o presidente estadual do PSB garante que não haverá prejuízos para os membros do partido no comando da nova legenda.
Nesse caso, a direção partidária abrirá espaço para os integrantes do PPS sem tirar vagas dos socialistas.