Quando foi transferido de Brasília para Pernambuco, Pedro Corrêa veio de Avianca.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem.
Atualizada às 18h29 O ex-deputado pernambucano Pedro Corrêa, ex-membro do PP, também recorreu ao direito constitucional de se manter calado durante o encontro com parlamentares, nesta terça-feira (12), durante a CPI da Petrobras em Curitiba.
Corrêa respondeu apenas a algumas perguntas sobre sua ligação com o doleiro Alberto Youssef e as acusações feitas a ele pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. “Eu vou fazer isso [ficar calado] porque já estou bi-preso e não quero ficar tri-preso”, explicou.
Pedro Corrêa cumpria pena de 7 anos de prisão, em decorrência do processo do mensalão, na Penitenciária de Canhotinho, no Agreste de Pernambuco, e foi transferido para Curitiba há um mês, junto com os também ex-deputados Luiz Argolo e André Vargas – também ouvidos nesta terça pela CPI.
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O senhor tem elementos para derrubar a delação premiada dele?”, perguntou o deputado. “Sim”, respondeu Corrêa.
Corrêa disse que foi apresentado a Alberto Youssef pelo ex-deputado José Janene. “Mas o senhor recebeu recursos dele?”, perguntou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio. “Prefiro ficar calado”, disse o ex-deputado.
O deputado do PSOL Ivan Valente questionou o destino do dinheiro que teria sido repassado por Youssef.
Corrêa rebateu afirmando que não tinha dinheiro em conta e acrescentou que perdeu toda a influência político desde que perdeu o mandato, em 2006. “Eu não tenho mandato desde 2006 e como é que podem dizer que eu continuei a receber dinheiro?
Político sem mandato não tem influência, o senhor sabe”, disse o ex-parlamentar.
Os deputados insistiram em citaram exemplo de outros políticos, como Fernando Henrique Cardoso e Lula, que permaneceram com influência política, mesmo sem mandatos.
Corrêa rebateu afirmando que “ninguém tem coragem de botar o Lula na cadeia.
Se tentarem, vai acontecer como quando o Getúlio se suicidou: o povo saiu pra rua”, rebateu o ex-deputado.
Até agora, a CPI já ouviu a doleira Nelma Kodama e René Pereira (condenado por tráfico de drogas e ligado ao doleiro Alberto Youssef).
Os ex-deputados André Vargas e Luiz Argôlo preferiram ficar calados.
Ainda devem ser ouvidos hoje o doleiro Carlos Habib Chater e o publicitário Ricardo Hoffmann (acusado de pagar propina para André Vargas).