A política é por essência a arte do cinismo e o PT, aparentemente com receio de perder a hegemonia para o PSOL no Recife, embarcou de vez nas críticas ao projeto urbanístico Novo Recife.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, anunciou nesta quarta-feira que protocolou um pedido para realização de uma audiência pública interativa e conjunta das Comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa e de Desenvolvimento Regional e Turismo para discutir o tema.

Não é a primeira tentativa de sabotagem do PT ao projeto.

Em março passado, ao perceber que os “militantes sociais” haviam perdido todos os recursos judiciais, na esfera estadual, o partido tentou usar o Iphan para travar a obra pela via do patrimônio histórico.

O órgão de defesa do patrimônio local já havia declarado que não havia nada de valor histórico nos armazens ferroviários.

Ao contrário, a antiga linha ferroviária é preservada pleo projeto, com um museu em seu entorno, próximo ao Cinco Pontas. “A ideia é reunir todos os atores envolvidos no debate e tentar buscar alternativa para o impasse”, tentou explicar.

A rigor, não há impasse algum, a não ser manifestações fabricadas com o objetivo de tentar emparedar da gestão socialista.

Caso o projeto se desenvolva e saia do papel, empregos e a face da cidade será modernizada, elevando o conceito do atual gestor. “Espero, sinceramente, que possamos ajudar a construir um sólido entendimento que atenda, fundamentalmente, ao Recife e àquilo que os recifenses pretendem dele para o futuro.

E que se consiga construir, com todos, uma cidade para todos”, afirmou Humberto, em discurso na tribuna do Senado, na tarde desta quarta.

Segundo Humberto Costa, faltou “diálogo” no envio e na tramitação legislativa do projeto.

Costa esquece que o ex-prefeito João da Costa assinou o primeiro projeto no último dia de sua gestão, antes de deixar a Prefeitura da Cidade do Recife.

O senador criticou a forma como foi conduzido o processo, especialmente na Câmara Municipal do Recife.

A bancada do partido abandonou a votação, por não ter maioria.

Nesta terça-feira, o líder da oposição chegou a elogiar o projeto.

Após ser criticado pelo PSOL, agregou críticas ao empreendimento.

Na última segunda-feira (4), 22 vereadores da base do prefeito Geraldo Júlio (PSB) aprovaram a matéria que foi colocada em votação extrapauta.

Manifestantes contrários ao projeto foram proibidos de acompanhar a sessão. “A Câmara Municipal do Recife agiu contra o espírito democrático ao cercear o debate sobre um tema dessa magnitude.

Ignorou o parecer da sua Comissão de Meio Ambiente, que nem levou à discussão.

Ignorou ofício do Ministério Público de Pernambuco para que o projeto voltasse às instâncias iniciais e fosse discutido por uma câmara técnica e, principalmente, ignorou a enorme mobilização de diversos setores da sociedade recifense que não aceitam que o projeto seja empurrado goela abaixo na cidade”, diz.

Humberto Costa questionou ainda o prefeito Geraldo Júlio por ter sancionar a matéria de São Paulo, logo após a aprovação. “Em suma, não foram necessárias mais que cinco horas para se votar e sancionar uma medida que pode modificar, de maneira irremediável, a paisagem urbana do Recife.

Isso – volto a dizer – independentemente do que se pensa sobre o tema, não poderia ser votado, aprovado e sancionado da maneira açodada como foi”, disse o senador, faltando mais uma vez com a verdade.

O projeto é discutido há seis anos, dois na gestão socialista e quatro na gestão do PT, com João da Costa.

A hora é de ação e geração de empregos, em meio a grave crise fiscal gerada pela presidente Dilma.

Em Pernambuco, depois da morte do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, a representação parlamentar federal do PT foi completamente aniquilada.

Não se reelegeu um único deputado federal pela sigra, além de a bancada estadual também ter sido reduzida..