Foto: Jonas Pereira/ Agência Senado Por Fernando Castilho do JC Negócios, especial para o Blog de Jamildo Anote aí: quando, no segundo semestre, o PSB que já foi de Eduardo Campos se juntar com o PPS, que é de Roberto Freire, o Congresso vai virar, de fato, a quarta força política da casa, além de um caixa reforçado do fundo partidário que, como se sabe, recebeu uma ajuda bem substancial.

Terá três governadores, 45 deputados federais e oito senadores.

Os sete atuais, mais a ex-petista Marta Suplicy, que estará se bandeando para a nova legenda.

Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy, no Senado, e Roberto João Pereira Freire, na Câmara Federal, devem dar a esse “novo” PSB (o partido deverá sim manter a marca de partido mais antigo do Brasil), a densidade ideológica de esquerda que ele perdeu desde o dia 13 de agosto do ano passado quando Eduardo Campos morreu naquela triste quarta-feira de 2014.

Se a gente olhar com mais atenção vai ver que esse PSB não será, na burocracia, muito diferente do que na base é hoje com seus deputados, governadores e senadores.

A diferença é que na liderança, ou na cabeça do noticiário político (a favor), vão estar Marta Suplicy e Roberto Freire como articuladores de uma bancada que passará a ter muito mais referência.

Com Marta e Freire deve ficar mais claro que a bancada é da oposição e jamais uma força auxiliar do PSDB de Aécio.

Porque, se vai existir afinidade entre o novo PSB e o PSDB será com a banda do PSDB de Geraldo Alkmin que, como se sabe, fez de Freire deputado, chamando um outro parlamentar para o governo, e Marta com quem ele sempre se deu muito bem.

Mas, o que pode ganhar o PSB com a entrada dessas duas estrelas?

Afinal por que o PSB (que é quase três vezes mais que o PPS) iria se juntar com o partido de Roberto?

Bom, ganha (ou pode ganhar), essencialmente, capacidade de articulação no Congresso onde o Governo Dilma sofre com o PMDB.

Ganha no sentido de que ter a seu favor o peso político dos dois ajuda a dar consistência na conversa política dentro da casa.

O PSB colocando Roberto Freire e Marta Suplicy na cabeça de uma mesa de negociação vira uma força que não tem hoje.

A começar pelo respeito de Renan Calheiros e Eduardo Cunha que sabem do que os dois representam em termos políticos.

Dito de outra forma: com o casal, o PSB vira cabeça de chave no Congresso.

Bem diferente do amontoado de deputados de hoje e que não estão nem aí para a Direção Nacional.

Certo, Roberto, às vezes, é muito chato e Marta, às vezes, é muito arrogante, mas para uma conversa decisiva dentro do Congresso, haveria dúvidas do peso que Roberto Freire põe na bancada?

Ou alguém acha que o peso de senadora de Marta Suplicy, dentro do novo PSB, não vale mais do que uma dúzia de senadores dos demais partidos na hora de uma conversa de alto nível?

O PSB não quer Freira para sogro nem Marta para cunhada.

Alguém pode perguntar: é, mas eles personagens como estrelas vão querem cuidar da máquina e dominar uma parte do PSB, inclusive, tomando conta de uma parte das finanças.

Afinal, o PSB será a quarta força no Congresso?

Podem e vão.

Mas, a diferença é que com eles, o partido ganha um charme de liderança esquerda que pode atrair muita gente de qualidade e que está hoje espalhada pelos partidos de aluguel que existem hoje na casa.

Marta Suplicy só vai para novo PSB porque já consultou amigos juristas para saber que, com a fusão, a nova agremiação é partido novo em termos de CNPJ.

Ela só vai porque sabe que o mandato estará assegurado, apesar do esperneio do PT e porque vai formar dupla com Freire.

E sendo uma agremiação nova muita gente vai poder ir também.

Vira opção de qualidade, bem diferente do partido de Gilberto Kassab que foi feito para virar linha auxiliar de Dilma Rousseff.

Pode parecer estranho, mas “dois velhinhos” (ele tem 73 e ela 70) podem fazer do PSB de Arraes um fato novo nesse deserto de gente do Congresso onde a maioria dos partidos virou cacto, que não dá sombra nem encosto.