Os professores estaduais do Paraná iniciaram mais uma greve geral nesta segunda-feira (27) em protesto contra a proposta de mudança na previdência estadual -que começa a ser votada nesta semana na Assembleia.
Com o risco de nova invasão, o governo de Beto Richa (PSDB) convocou centenas de policiais para proteger o prédio. É a segunda paralisação da categoria neste ano.
Em fevereiro, os professores invadiram o prédio em protesto contra o ajuste fiscal proposto por Richa, que incluía alterações na previdência.
Com a invasão, o governo foi obrigado a recuar e retirar a proposta de votação, representada agora.
Na ocasião, 10 mil pessoas protestaram contra os deputados, que foram obrigados a entrar na Assembleia em um camburão, sob proteção policial e debaixo de vaias.
Para pressionar os deputados a não aprovarem o projeto, milhares de educadores se reuniram no centro de Curitiba e marcharam para a assembleia.
Com a decisão de Richa, o Legislativo está isolado.
Cercas foram colocadas em frente ao prédio para impedir a entrada de manifestantes.
Linhas de ônibus foram desviadas do local.
Agora, o governo, que está em crise financeira, apresenta uma nova alteração para a previdência -uma das principais despesas do Estado.
A gestão quer deixar de pagar parte dos aposentados com o caixa próprio, e repassá-los ao fundo previdenciário, criado na década de 1990 com contribuições dos servidores, que hoje é superavitário.
A economia seria de R$ 1,7 bilhão ao ano.
Os professores protestam.
Dizem que a medida vai acabar com a sustentabilidade da previdência estadual, que deixará de ser superavitária em alguns anos, e fere os direitos dos servidores.
Nos carros de som, a categoria acusa Richa de ser “autoritário”.
A gestão Richa anunciou que pretende descontar as faltas dos professores e declarou ser “lamentável” a decisão da categoria de entrar em greve, já que “todos os itens acordados no início do ano estão sendo cumpridos”.
O governo entrou na Justiça para pedir que a greve seja considerada abusiva.
Nesta segunda-feira, o projeto começa a ser votado em plenário, em primeira discussão.
A votação final está prevista para quarta (29).
O governo Richa tem maioria na Assembleia.
Na Folhapress