Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara O líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), articula a instalação da CPI dos Fundos de Pensão, cujo requerimento foi protocolado nesta semana na Câmara.

Para o democrata, é importante esclarecer o que aconteceu na gestão dos fundos das estatais. “Muitos servidores contribuíram durante décadas e agora são surpreendidos com descontos a título de taxa extra para cobrir rombos bilionários”, justificou Mendonça.

Na última quinta-feira (23), Mendonça conversou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para tratar do temo.

O líder do PPS Rubens Bueno (PPS-PR) também assinou o requerimento para criação da CPI.

O parlamentar do Democratas critica o aparelhamento político, segundo ele característico da administração petista, é um dos motivos para o déficit no caixa dos fundos de pensão.

De acordo com Mendonça, só no Petros, da Petrobras, e no Postalis, dos Correios, o déficit chega a R$ 12 bilhões, valor equivalente ao orçamento anual do Programa de Financiamento Estudantil (FIES).

O democrata afirma, ainda, que as suspeitas de irregularidades não estão restritas aos dois fundos de pensão.

Ao apresentar a justificativa para criação da CPI, os parlamentares citam casos emblemáticos de perdas vultosas de que foram vítimas grandes fundos de pensão de estatais, decorrentes da decretação de falência do banco BVA, em 2014: “Sabe-se que o BVA cedeu R$ 1,3 bilhão em créditos pobres a Petros, Funcef, Postalis e Faceb (Fundo de Previdência dos Empregados da Companhia Elétrica de Brasília – CEB)”.

Escândalo recente envolveu o Postalis, cujo rombo chega a R$ 5,6 bilhões, prejuízo que resulta de investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que sequer tiveram seus ganhos repassados ao fundo.

Agora, os funcionários da estatal tentam evitar na Justiça que os participantes do Postalis tenham seus salários reduzidos pelo período de 15 anos para tapar o buraco causado pela má administração dos controladores.

Para o parlamentar, o problema na Fundação Petros também está evidente.

Funcionários e aposentados da Petrobras correm o risco de ter de fazer contribuições extras para cobrir prejuízos do fundo de pensão da estatal a partir de 2017. É o que indica um relatório elaborado por dois conselheiros independentes da Petros com base nos números de 2014.

O principal plano de previdência do fundo fechou, pelo segundo ano consecutivo, no vermelho, com um déficit técnico de R$ 6,2 bilhões. “Essas histórias nebulosas precisam ser passadas a limpo”, afirma Mendonça Filho.