Quando foi transferido de Brasília para Pernambuco, Pedro Corrêa veio de Avianca.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem.

Levado há mais de uma semana para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o ex-deputado pernambucano Pedro Corrêa, do PP, deve prestar depoimento na próxima segunda-feira (27), conforme antecipou o advogado de defesa do ex-parlamentar, Michel Saliba.

Porém, a data marcada pelo delegado pode ser alterada em função de um julgamento que o advogado tem em São Luís, do Maranhão, no mesmo dia.

Corrêa é acusado de receber R$ 5,3 milhões desviados da Petrobras através de “laranjas”.

Em conversa com o Blog, o advogado reiterou que Corrêa não deve valer-se da delação premiada. “Em nenhum momento essa linha foi colocada.

A premissa da delação é você confessar a culpa em um delito.

A premissa é a existência de culpa.

Mas ele não confessa nem a existência e nem a culpa, então não há o que delatar”, explicou Saliba, acrescentando que a hipótese foi um “devaneio” de Clóvis Corrêa, primo do ex-parlamentar. “Tem que respeitar, mas foi uma opinião isolada”, disse.

Quanto à lentidão para marcar o depoimento, o advogado explicou que não é interessante chamar o ex-parlamentar para depor e ele permanecer em silêncio. “Ouvi-lo não vai ter revogação da prisão preventiva, então para nós é interessante que tenhamos acesso a todo o conteúdo específico do caso, para termos uma análise maior, antes dele ser ouvido”, explicou a defesa.

Um advogado da equipe de Saliba, chamado Alexandre Lopes, está em Curitiba para dar assistência a Pedro Corrêa.

Na última segunda-feira (20), o próprio Saliba viajou à Superintendência da PF para falar com o cliente. “Ele está mais magro, abatido.

Corrêa tem diabete e toma insulina há muito tempo, então vamos tratar da dieta e verificar os alimentos que ele possa consumir”, comentou.

Até o momento, não há previsão para Corrêa retornar ao Presídio de Canhotinho, no Agreste de Pernambuco. “Acredito que o depoimento não seria o marco decisivo para a volta dele, apenas se houvesse uma revogação da prisão preventiva e acho que [o juiz] Sérgio Moro não vá flexibilizar em relação a isso”, opinou Saliba.

Pedro Corrêa foi alvo da 11ª fase da Operação Lava Jato e a cunhada do ex-deputado chegou a ser levada pela PF para prestar esclarecimentos por suspeita de ser uma das laranjas.

Na época, o filho dele, o advogado Fábio Corrêa Neto, prometeu processar o juiz federal Sérgio Moro, que está à frente das investigações.

No mesmo dia, o primo Clóvis Corrêa sugeriu que o pernambucano fizesse uma delação premiada porque ele seria capaz de “fechar a República”.

Juiz aposentado, Clóvis Corrêa disse que o ex-deputado tinha informações sobre a nomeação de Paulo Roberto Costa para uma diretoria da Petrobras pelo ex-presidente Lula (PT).