A CBD (Companhia Brasileira de Distribuição), dona da marca Pão de Açúcar, informou que solicitará ao comitê de auditoria interna do grupo empresarial a abertura de investigação sobre um suposto pagamento, que teria sido realizado em 2010, ao escritório do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), morto no ano passado.
Alvo da Operação Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) teria recebido naquele ano, quando coordenou a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT), ao menos R$ 12 milhões de 30 empresas.
Segundo reportagem da revista “Época”, um dos pagamentos foi realizado pelo grupo Pão de Açúcar, que teria repassado R$ 5,5 milhões ao petista, sendo R$ 1 milhão feito ao escritório de Bastos. “O conselho de administração [DA CBD]reuniu-se e deliberou por unanimidade solicitar ao comitê de auditoria que dê início a uma investigação sobre a suposta existência e a origem dos pagamentos realizados.
Caso se verifique que ocorreram, [APURE]os serviços que a eles corresponderam e a cadeia de aprovações de tais pagamentos”, disse.
O grupo empresarial informou também que não tinha informação sobre a existência dos pagamentos.
As transações teriam sido efetuados antes da aquisição do Pão de Açúcar pelo Grupo Casino, de capital francês, em 2012.
A revista “Época” teve acesso a documentos da empresa de consultoria de Palocci, chamada Projeto.
Segundo a documentação, Palocci atuaria para ajudar na fusão da empresa com as Casas Bahia.
A consultoria Estáter, contratada na época pelo Pão de Açúcar para atuar com exclusividade na operação de fusão, informou, contudo, que o ex-ministro não teve qualquer tipo de participação no negócio.
Em nota distribuída neste domingo (19), a Projeto ressaltou que o Ministério Público Federal arquivou investigação feita em 2011 sobre o contrato da empresa fechado com o Pão de Açúcar.
Na Folhapress