Lula fez palestra motivacional e Paulo Câmara discursou durante inauguração da fábrica da Itaipava.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Por Jamildo Melo, editor do Blog O governador Paulo Câmara (PSB) demonstrou toda sua gratidão ao aliado Guilherme Uchoa (PDT), presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), e que enfrenta o risco de ser afastado do cargo, em função de uma decisão judicial da juiza Mariza Borges, da 3ª Vara Civil da Capital, ao atender uma ação civil pública apresentada pela OAB contra a reeleição do pedetista.

Nesta tarde, o Blog de Jamildo revelou, com exclusividade, que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) confirmou que solicitou diretamente ao comando do TJPE a cassação da liminar da magistrada.

Desde o começo da manhã desta sexta, apesar do silêncio oficial, o Blog de Jamildo já havia sido informado em primeira mão da estratégia do presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, para manter-se no cargo. “A gente apoia o presidente Uchoa, apoia ele em sua reeleição. É um presidente que vem me dando muita ajuda no comando do governo”, declarou, logo depois de sair do evento na fábrica da Itaipava.

Paulo não precisou que tipo de ajuda de Uchoa.

Uma das mais relevantes ocorreu logo no começo do governo, ao funcionar como “bombeiro” na crise gerada pela greve da PM.

Na semana que passou, Uchoa ajudou a articular, com o desembargador Jovaldo Nunes, no TJPE, a liminar solicitado pelo governo socialista e que suspendeu a greve dos professores.

Apesar da decisão judicial, eles não voltaram ao trabalho.

As primeiras demissões começam em breve.

Paulo Câmara tentou despistar os repórteres e disse ainda que estava aguardando “a decisão que Uchoa entrou no TJPE”. “Vou esperar a decisão da Justiça”.

Na verdade, o pedido de cassação foi apresentado no TJPE em conjunto com a Procuradoria da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe).

O documento é assinado pelo procurador geral do Estado, Antônio César Caula Reis, indicado por Paulo Câmara. “A PGE defende em juízo os três poderes”, informou o órgão, em telefonema às 14h.

A PGE não informou o teor integral da inicial, mas sabe-se que o instrumento é invocado em casos de riscos à ordem social ou econômica, sempre em casos grave repercussão.

O Estado tem que se sentir gravemente lesado.

No caso, o que está em questão é se a Alepe pode ficar uma ou algumas semanas sem Uchoa na presidência.

O recurso é uma alternativa legal excepcional.

A Alepe poderia defender-se por conta própria, mas isto demandaria tempo, com o cumprimento de prazos legais.

A principal vantagem, entretanto, entre uma e outra, é não passar pelo processo de distribuição eletrônica, indo parar nas mãos de um desembargado.

A grande contradição é que a gestão Paulo Câmara seja solicitada a ajudar Guilherme Uchoa, depois de entrar em rota de colisão em fevereiro, justamente na eleição da Mesa da Alepe.

Uchoa humilhou a articulação política do Campo das Princesas e derrotou o candidato palaciano Lula Cabral, do PTB.

Quem entra na linha de fogo é o presidente do TJPE, Frederico Neves.

Decida em favor de A ou B, receberá críticas, como de instrumentalização do tribunal, caso decida aceitar o pedido do Estado e Alepe, contra o entendimento da juíza de primeira instância.

Uchoa ajudou Paulo Câmara a obter uma liminar contra a greve dos professores e agora recebe ajuda.

Neves cobrou publicamente recursos de Paulo Câmara para investimentos na ampliação da assistência judicial no Estado.

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O seu grupo político diz que já esperava pela decisão e até avaliam que o quadro não é complicado.

O procurador da Alepe, Ismar Corrêa, estava de férias em Veneza, sendo as ações coordenadas pelo advogado Hélio Lúcio.

Normalmente, nos momentos de crise, Uchoa acabava jogando mais lenha na fogueira ao distribuir frases polêmicas.

Desta feita, ficou quieto.

Uma das argumentações dos defensores de Uchoa é que os deputados novos teriam direito a escolher o seu líder, enquanto Uchoa tinha direito de votar e ser votado.

Com informações de Marcela Balbino, repórter do Blog