Complexo Industrial Químico-Têxtil PQS.

Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem.

No risco iminente de perderem os empregos, os funcionários da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), que compõe o Complexo Industrial Químico-Têxtil PQS, no Porto de Suape, planejam uma paralisação para esta quarta-feira (15).

Semana passada, os trabalhadores foram surpreendidos com um comunicado – divulgado pela diretoria da empresa – informando a abertura do programa de demissão voluntária.

A orientação da empresa, repassada pelo conselho da Petrobras, é reduzir a equipe em dois terços.

A decisão de reduzir dois terços dos trabalhadores foi tomada depois da pressão no caixa causada por desaquecimento do mercado e falta de aportes por parte da Petrobras, dona do empreendimento, que está envolvida em sucessivos escândalos de corrupção e está sendo investigada pela Operação Lava Jato.

A partir das 5h, representantes do sindicato vão estar na porta da fábrica para evitar que os outros funcionários iniciem a jornada.

Nesta terça (14), o sindicato se reuniu com os trabalhadores para apresentar o plano de demissão apresentado pela empresa.

A proposta foi rejeitada por ampla maioria. “Não vamos concordar com essa decisão”, afirmou um mecânico da Citepe, que pediu para não ser identificado.

Sobre a possibilidade de greve, o sindicato afirmou que qualquer decisão será tomada depois da mobilização desta quarta.

Em meio às incertezas, os funcionários planejam até protestar na porta da fábrica da Itaipava, em Itapissuma, na próxima sexta (17), para chamar a atenção do ex-presidente Lula (PT), que participa da inauguração da empresa.

Cartazes e faixas estão sendo confeccionados para o ato. “A Citepe abriu as portas com influência política dele.

Então, vamos ver se ele consegue fazer algo pela gente”, disse uma fonte da Citepe, em reserva.

A empresa integra o polo químico-têxtil da Petrobras e, quando estivesse com carga máxima, a fábrica deveria produzir 85 mil toneladas de fios têxteis.

Em 2013, a Citepe fornecia poliéster para 140 clientes e produzia 12,8 mil toneladas de fios.

A produção garantia à empresa a terceira posição de vendas no Brasil.

Na época, a expectativa da companhia era se tornar líder de mercado.

A indústria utiliza a resina PET na fabricação do fio, que depois se transforma nas roupas que vestimos.

Por isso, o complexo provoca um impacto na cadeia produtiva, estimulando as indústrias têxtil e de confecções.