Por Jefferson Calaça Coordenador do Movimento A Ordem É Pra Todos A profissão de advogado é considerada uma das mais antigas profissões que se tem conhecimento.

Ele exerce um importante papel junto à sociedade, vez que, entre outras, presta a função social de cuidar dos direitos das pessoas, as quais lhe confiam seus anseios e problemas.

A vigente Carta Magna determina em seu art. 133 que o advogado é indispensável à administração da justiça, pois sua principal atividade é a postulação, ou seja, o ato de exigir a prestação jurisdicional do Estado.

Tal ato é exclusivo desse profissional de maneira que ninguém pode ajuizar ou requerer em juízo direito seu ou de terceiros, senão o advogado, salvo as raríssimas exceções constantes em lei.

Desta feita, o advogado é indispensável para a defesa dos interesses dos cidadãos quando precisam buscar o Poder Judiciário para resolver algum conflito, tanto no interesse privado, quanto no público.

Por isso que o advogado é a voz da cidadania.

Sem ele, não existe Poder Judiciário, não existe democracia, nem Estado Democrático de Direito.

O advogado é um profissional que cotidianamente constrói e aperfeiçoa a Justiça no país, tendo na sua labuta a coragem como principal arma para enfrentar injustiças, arbitrariedades e a sua atribuição habitual é enfrentá-las, para bem defender o direito do seu representado. É, portanto, um profissional que detém em suas mãos instrumentos capazes de modificar a vida de uma pessoa.

Assim como o médico dedica-se à preservação da vida de seu paciente, o advogado dedica-se à preservação dos direitos de seu constituinte.

Mas não é só na esfera privada que o advogado é importante: ele exerce papel fundamental na formação da sociedade quando busca salvaguardar o direito à liberdade de expressão e a garantia ao respeito da legislação vigente em diversas áreas no nosso país.

Por tudo isso, não se pode imaginar uma sociedade em que esse profissional seja símbolo de campanhas negativas, de chacotas e de humilhações.

Da mesma forma não se pode, nem deve confundir a figura do advogado com a do mercenário, sob pena de estar-se cometendo um imenso equívoco.

Isso porque a realidade dura e crua dos advogados militantes em Pernambuco é outra.

Grande parte deles, quando são empregados, recebe salários irrisórios e ainda trabalham de dez a doze horas diariamente.

Além disso, existem aqueles que se submetem a receber valores mínimos por audiência para manterem-se no mercado, o que promove a precarização da classe sem qualquer intervenção pelo seu órgão de classe estadual.

Outro equívoco muito comum é criticar de forma ofensiva o percentual de honorários ajustado contratualmente entre o advogado e seu cliente.

Há casos, não raros, em que o advogado só recebe pelo seu trabalho no final da ação quando e se o cliente obtiver sucesso em sua pretensão.

Não podemos esquecer que, na maioria das vezes, o advogado passa anos, talvez décadas numa luta árdua pelo direito de seu cliente.

Há, ainda, a crítica da cobrança de parcela honorária no início do trabalho, cobrada pelo advogado para o exercício de seu mister.

Aliás, como é largamente sabida, esta prática é usual e corriqueira nas outras profissões.

Além de todas as dificuldades enfrentadas pelos advogados que militam nos fóruns e tribunais, na capital e no interior, os advogados ainda precisam conviver com a dura realidade da atual gestão da OAB/PE, que prioriza o interesse de pouquíssimos em detrimento da grande maioria da classe.

A advocacia representa uma das mais nobres profissões de todos os tempos e a importância de um advogado na vida de um cidadão, não tem preço.

Seu valor é inestimável.

O mestre Ruy Barbosa já dizia “uma das mais altas nobrezas da profissão de um advogado é dizer a verdade, livremente, em rosto aos juízes, exprimir-se com independência e altivez perante os tribunais, e são das fileiras desse sacerdócio educativo, dessa escola de independência que têm saído os grandes juízes, os magistrados imortais”. È nesse cenário de dificuldade que, desejando mudar essa situação, os advogados começaram a romper com o silêncio ensurdecedor, com as mordaças que lhes são impostas do cais ao sertão, e construíram um movimento horizontal, plural e democrático onde todos efetivamente têm direito a voz, um Movimento que represente uma ORDEM PARA TODOS.

Jefferson Calaça Coordenador do Movimento A Ordem É Pra Todos Diretor da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas Vice-Presidente da Comissão Nacional de Direitos Sociais do Conselho Federal da OAB Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros.