O panorama nas redes sociais durante o protesto deste domingo, 12 de abril, contra a presidente Dilma Rousseff, foi bastante diferente daquele visto há quase um mês, no dia 15 de março.

Um estudo da Le Fil, consultoria especializa em internet e redes sociais, mostrou queda na quantidade de menções sobre o protesto no Twitter e Facebook, forte atuação do PT e sua militância, levando a hashtag #AceitaDilmaVez aos Trends Topics no Mundo, no Brasil e no Recife e inclusão de novos temas a pauta dos protestos.

A começar pelos números, em 15 de março, o estudo registrou 833 menções por hora contra 85 hoje, dez vezes menos do que o mês passado.

A quantidade pessoas confirmadas em eventos no Facebook também caiu.

Em março, observou-se dois principais eventos com mais de 25 mil pessoas confirmadas e hoje foram identificados dois eventos com 7,4 mil pessoas confirmadas.

A PM não fez cálculo do número de pessoas.

Os organizadores esperavam 50 mil no evento. “A questão do protesto de hoje não estar na mesma intensidade do de 15 de março não quer dizer que as pessoas mudaram de ideia sobre a presidente Dilma.

O problema existe e é maior do que os números que vimos hoje.

Talvez a proximidade dos eventos tenha impactado na adesão ao movimento”, disse Socorro Macedo, diretora executiva da Le Fil.

No Google, o protesto de hoje não foi o principal assunto em relação às pesquisas realizadas pelos usuários de internet na tarde de domingo.

A estreia dos primeiros episódios da 5ª Temporada da série Game Of Thrones no canal pago HBO foi o assunto mais pesquisado no site de busca.

Em 15 de março, as buscas relacionadas à presidente estavam associadas ao impeachment e foi o maior pico de buscas relacionado ao nome da presidente nos últimos 90 dias.

Novos assuntos sugiram e entraram para a pauta de reivindicações.

Além do impeachment, da intervenção militar e da reforma política, desta vez o Projeto Lei 4330, que regulamenta e terceirização, dividiu espaço com discursos contra a corrupção.

Entre os assuntos mais falados, corrupção voltou a ficar no topo, presente em 20% das menções.

O PL 4330, pela regulamentação da terceirização, esteve presente em 4% das menções.

Já 5% foram pessoas afirmando estarem presentes no ato.

Pouco foi falado sobre intervenção militar (2%), impeachment (2%) e reforma política (1%).

Outro ponto foi o apoio à manifestação: 61% dos internautas posicionaram-se contra a presidente, enquanto 22% se manifestaram a favor de Dilma e 17% deles não se posicionaram.

No último dia 15 de março, as manifestações contrárias a Dilma foram 80%, enquanto a favor apenas 9%.

O percentual de apoio à Dilma cresceu, nas redes sociais, graças ao movimento do PT e de simpatizantes com “twitaço” e um “facebookaço”, organizado nacional e localmente.

No Twitter, a hashtag #AceitaDilmaVez entrou nos TT do mundo, no Brasil e no Recife - à frente de “Impeachment”.

O partido e seus líderes no Recife trouxeram para as redes sociais do recifenses o pró-Dilma.

Durante o dia de hoje, políticos como o senador Humberto Costa replicou imagens do PT nacional chamando os simpatizantes a participar da atividade. “Diferente dos outros dias de protesto, vimos uma mobilização do PT de forma organizada.

Além deles chamarem as pessoas para usarem #AceitaDilmaVez, o PT destacou as conquistas do governo Dilma, como o ProUni, Ciência Sem Fronteiras, Mais Médicos e isso foi replicado pelas lideranças locais com o objetivo de neutralizar as menções negativas e trazer uma pauta positiva para o governo federal, que nada fez no mês passado quanto a estratégias de redes sociais”, diz Socorro Macedo.

O Facebook foi a mídia mais usada pelos internautas, com 62% das menções, contra 38% do Twitter.

As menções analisadas foram capturadas a partir das palavras-chave “dilma recife”, “manifestação boa viagem”, “dilma boa viagem” e menções em eventos e grupos abertos relacionados ao ato de hoje, nas redes sociais Facebook e Twitter.

Ao todo, foram 257 citações capturadas, entre 13h e 16h do dia 12/04, no qual todas elas foram analisadas para este estudo e contaram com a mesma metodologia dos estudos realizados anteriormente para os protestos de março.