Repasses continuaram após Corrêa virar réu Na Folha de São Paulo Documentos obtidos pela Polícia Federal apontam que o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) pediu dinheiro ao doleiro Alberto Youssef por e-mail, visitou ao menos 23 vezes os escritórios do doleiro e tinha movimentação financeira incompatível com seus rendimentos.
Corrêa já havia sido condenado no mensalão e, segundo a PF, continuou recebendo dinheiro de Youssef mesmo quando já tinha se tornado réu no escândalo.
Ele cumpria pena em regime semiaberto devido ao mensalão, mas foi transferido para a carceragem da PF em Curitiba.
Para o juiz Sergio Moro, de Curitiba, que decretou a prisão do ex-deputado nesta sexta (10), as provas mostram que Corrêa usou o mandato “para enriquecer ilicitamente em detrimento dos cofres públicos” e que usou “sua posição no Partido Progressista para o mesmo objetivo”.
Ao deferir a prisão preventiva, Moro também determinou o bloqueio dos bens de Corrêa e de outras três pessoas ligadas a ele, por meio das quais o ex-deputado teria movimentado dinheiro.
Um deles é um empregado rural de Corrêa.
Segundo a PF, o funcionário recebeu mais de R$ 700 mil entre 2010 e 2014, sendo que nem sequer apresentou declaração de Imposto de Renda.
Os depósitos para ele eram seguidos de saques no mesmo dia.
A Folha não obteve contato com o advogado de Corrêa.
A Polícia Federal obteve um e-mail enviado por Corrêa a Youssef no qual ele informa uma relação de contas bancárias dele próprio e de pessoas ligadas a ele com os valores para depósitos, que depois se confirmaram.
Um laudo feito pelos investigadores detectou incompatibilidade entre a movimentação financeira do ex-deputado e seus rendimentos.
Entre 2010 e 2014, ele obteve cerca de R$ 3,3 milhões. “Para 2012, por exemplo, houve créditos de R$ 952.182,97 para rendimentos declarados de R$ 372.969,85”, cita o juiz Sergio Moro em seu despacho.