Foto: Edmar Melo/JC Imagem.
Do Jornal do Commercio deste sábado (11) A Câmara de Vereadores do Recife abriu ontem o debate em torno do Projeto de Lei nº 08/2015, que cria o Plano Urbanístico Específico para o Cais José Estelita, Cais de Santa Rita e Cabanga, numa audiência pública pontuada pelo desentendimento entre moradores do Coque e do Pina com integrantes do movimento Ocupe Estelita.
Enquanto os líderes comunitários defendiam a proposta apresentada pelo município, os ativistas alegavam que a prefeitura apenas construiu uma visão de cidade em volta dos projetos Novo Recife e Porto Novo.
Com os ânimos acirrados, os moradores presentes à audiência diziam que não eram representados pelo Ocupe Estelita. “É preciso envolver as quatro comunidades que vivem nessa área (Coque, Coelhos, Joana Bezerra e Cabanga) na discussão e não apenas o movimento de rico Ocupe Estelita”, disse, ao microfone, Renê Guedes, da comunidade do Coque. “Esse debate sobre a cidade só existe por causa do Ocupe Estelita”, reivindicava Leonardo Cisneiros, representante do Direitos Urbanos.
Apresentado pelo secretario de Desenvolvimento e Planejamento do Recife, Antônio Alexandre, o projeto de lei tramita na Câmara desde o mês passado e estabelece regras para novas construções no Cais José Estelita, Cais de Santa Rita e Cabanga, na área central da capital.
A prefeitura define as diretrizes de ocupação do Projeto Novo Recife, que prevê um empreendimento imobiliário no Cais José Estelita, da Vila Operária e do terreno do 7º Depósito de Suprimento do Exército, na Cabanga.
De acordo com líder do governo na Câmara e responsável pela audiência pública, Gilberto Alves, as contribuições irão subsidiar a análise do projeto na casa e não há data marcada para a votação em plenário.
Antônio Alexandre disse que a minuta pode sofrer alterações, propostas pelos vereadores. “Saímos da audiência com um consenso: não faz sentido discutir um Projeto Urbanístico Específico que não está alinhado com o Plano Diretor do Recife”, destacou o secretário-geral do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-PE), Eduardo Aguiar.
Ele sugeriu à prefeitura construir uma maquete para a população entender melhor o impacto dos projetos nos bairros de São José, Santo Antônio e Cabanga. “Cabe ao município provar que aquela proposta é boa para a cidade”, disse.