Pedro Corrêa está na lista da 11ª fase da Operação Lava Jato.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Condenado pelo mensalão e investigado pela Operação Lava Jato por suspeita de ter recebido R$ 5,3 milhões desviados da Petrobras, o ex-deputado federal e ex-presidente do PP Pedro Corrêa segue na próxima segunda-feira (13) para a Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.
Atualmente, o ex-parlamentar cumpre pena em regime semiaberto no Centro de Ressocialização de Canhotinho (CRA), no Agreste de Pernambuco.
De acordo com a assessoria da Polícia Federal, Pedro Corrêa deve ser transferido de Canhotinho para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), no Grande Recife, neste domingo (12) pela manhã.
A PF ficará responsável pelo traslado dele para Curitiba, em um voo programado para as 6h, do Aeroporto Internacional dos Guararapes.
Clóvis Corrêa se encontra com primo Pedro Corrêa no IML.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem.
ALGEMAS - O advogado e primo do ex-deputado, Clóvis Corrêa, disse ao Blog que vai solicitar à Polícia Federal que o ex-parlamentar não use algemas no deslocamento. “Andei lendo a decisão do Sérgio Moro em que ele diz que as algemas podem ser dispensadas, caso o preso não apresente perturbação.
Vou conversar com a PF e pedir para Pedro assinar um documento afirmando que representa ameaça”, explicou.
Sérgio Moro, juiz à frente dos processos relativos à investigação da Operação Lava Jato, orientou que os agentes da PF só usem algemas em casos extremos. “Não se tratando de acusado perigoso, em sentido físico, deve ser evitado o uso de algemas, salvo se verificada a sua necessidade para fins de garantia dos executores da prisão e condutores do preso”, diz o juiz na decisão.
LEIA MAIS: » Moro faz duras críticas a Corrêa ao decretar sua prisão na Lava Jato » Nora do deputado Pedro Corrêa presta depoimento nas investigações da Lava Jato » No dia de seu aniversário, Pedro Corrêa vai para presídio em Canhotinho » Pedro Corrêa irá para Curitiba e pode fazer delação premiada ENTENDA A INVESTIGAÇÃO - Documentos obtidos pela PF apontam que Pedro Corrêa (PP-PE) pediu dinheiro ao doleiro Alberto Youssef por e-mail, visitou ao menos 23 vezes os escritórios do doleiro e tinha movimentação financeira incompatível com seus rendimentos.
Segundo a PF, Corrêa continuava recebendo dinheiro de Youssef, mesmo depois de ser condenado no mensalão.
Para o juiz Sergio Moro, as provas mostram que Corrêa usou o mandato para enriquecer ilicitamente e que usou sua posição no PP para o mesmo objetivo.
Moro também determinou o bloqueio dos bens de Corrêa e de outras três pessoas ligadas a ele, por meio das quais o ex-deputado teria movimentado dinheiro.
Um deles é um empregado rural de Corrêa.
Segundo a PF, o funcionário recebeu mais de R$ 700 mil entre 2010 e 2014, sendo que nem sequer apresentou declaração de Imposto de Renda.
Os depósitos para ele eram seguidos de saques no mesmo dia.
A PF obteve um e-mail enviado por Corrêa a Youssef no qual ele informa uma relação de contas bancárias dele e de pessoas ligadas a ele com os valores para depósitos, que depois se confirmaram.
Um laudo detectou incompatibilidade entre a movimentação financeira do ex-deputado e seus rendimentos.
A nora do ex-deputado Pedro Corrêa, Márcia Danzi Correa de Oliveira, também prestou esclarecimentos nessa sexta (10) na sede da Polícia Federal (PF) no Recife.
Havia um mandado de condução coercitiva emitido contra ela.
Segundo a PF, Márcia teria recebido dinheiro de forma ilícita.
A mulher prestou depoimento e foi liberada.
Porém, pode ser ouvida novamente, caso os investigadores da Operação Lava Jato queiram fazer novas perguntas.
A suspeita é que os dois - o funcionário e a nora - tenham sido usados como laranja para receber dinheiro do esquema que atuava na Petrobras.
Márcia foi ouvida por cerca de duas horas e negou as acusações.
Um aparelho celular e um tablet dela ficaram sob o poder da polícia e serão vasculhados na investigação.