O grupo Schahin, um dos fornecedores da Petrobras, é uma das empresas que amargam uma crise financeira por causa da Operação Lava Jato.

A companhia prepara o pedido de recuperação judicial e paralisou a operação de cinco sondas, que estavam alugadas a Petrobras.

Imerso no escândalo de corrupção que recaiu sobre a estatal, o grupo está praticamente com os caixas vazios.

Procurada pela Folha de S.

Paulo, a empresa não quis se pronunciar.

As empresas envolvidas são a Schahin Óleo e Gás, a Schahin Engenharia e subsidiárias no exterior utilizadas para captação de recursos.

Dona de um grupo de empresas com faturamento na casa de R$ 1 bilhão por ano, a família Schahin entrou em crise quando teve de vender seu banco ao BMG, em abril de 2011.

A CPMI da Petrobras citou pagamentos do Grupo Schahin a empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef.

O grupo Schahin também foi citado pelo ex-gerente financeiro da Petroquímica Suape Carlos Alberto Nogueira Ferreira, em um vídeo gravado durante os protestos no dia 15 de março, na orla de Boa Viagem.

Nogueira contou que havia assinado, em 2006, um cheque de R$ 6 milhões nominativo a Schahin Construtora e outro cheque de R$ 8 milhões nominativo a Odebrecht.

O motivo, segundo ele, era abastecer a campanha do então candidato ao governo de Pernambuco Humberto Costa.

Em resposta a Folha de S.

Paulo, a Petrobras confirmou que foi informada pela Schahin da necessidade de “parada temporária” de cinco unidades de perfuração e disse que “está avaliando as medidas contratuais cabíveis”, sem especificar o que isso significa.

A estatal não informou onde essas sondas operavam, mas apenas que são de perfuração dos poços.

Algumas delas têm capacidade para atuar no pré-sal.

O petróleo só é extraído, no entanto, em uma fase posterior, quando é instalada uma plataforma de produção.

A retirada dos equipamentos da Schahin, portanto, não interfere na produção da Petrobras no curto prazo, mas pode prejudicar as metas de de médio e longo prazo.