Foto: reprodução Leia a íntegra da carta da organização da Festa da Lavadeira com críticas ao deputado estadual Edilson Silva (PSOL): CARTA AO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL A Associação Festa da Lavadeira, através do seu presidente, Eduardo Melo, vem por meio desta carta se dirigir ao PSOL, partido ao qual temos tido o respeito durante vários anos.
Infelizmente não estamos vendo o respeito recíproco por parte do deputado Edilson Silva, o qual acompanhou no período de 2010 e 2011 o nosso movimento e a nossa resistência da Festa da Lavadeira no Paiva, localizado no Cabo de Santo Agostinho –PE.
A Festa da Lavadeira é uma manifestação cultural com propósito de divulgar e valorizar nossa cultura popular e as tradições da matriz africana que existe desde 1987 e que permanece viva até hoje, apesar de todas as resistências encontradas, inclusive do Poder Público.
Fomos nós da Associação que sofremos as retaliações e os riscos, para manter uma tradição e construir uma história, enfrentando o poder econômico que se instalaram na área do Paiva.
Mesmo com todos os prejuízos financeiros pelos boicotes do Governo do Estado e do Poder Público em geral, fomos nós da Associação que seguramos todo o processo até hoje.
Em todo este período, aproximaram-se desta luta várias personalidades, no entanto somente Edilson Silva, de forma oportunista e arrogante, se arvora a representar indevidamente esse projeto cultural, desrespeitando a instituição jurídica Festa da Lavadeira, o Ministério Público e a Prefeitura do Município do Cabo de Santo Agostinho.
Não bastando, para surpresa, o referido deputado que deveria representar o legislativo e o desrespeita, com absoluta falta de compostura busca liderar as ações da Associação, pois convoca o público para ir ao Paiva no dia 01 de maio, na direção contrária dos compromissos jurídicos e dos propósitos e metas da Associação.
O Sr.
Edilson Silva, deputado, está claramente mentindo para a população, pois omite que a Festa da Lavadeira está impedida de ser realizada no Estado de Pernambuco e que a ida para Goiás não foi opção mais sim a única alternativa de realização neste ano de 2015, além disto, no Paiva existe a Lei Municipal nº2602/2010, assim como o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) nº02/11 no Ministério Público.
Estaria o deputado além de pretender intervir na Associação, ainda pregar a desobediência civil?
Além de tudo, convocar nosso público para o local do Paiva é uma irresponsabilidade com este próprio público, cujos riscos e danos não estão sendo quantificados, assim como a integridade física de todos, pois a área hoje encontra-se num verdadeiro canteiro de obras com 11 prédios em construção no entorno dá área que era destinada a saudosa Festa da Lavadeira na praia do Paiva.
Não aceitaremos esta tentativa de jogar nosso público contra nós, Associação Festa da Lavadeira, que se negou e repudia a participar de uma aventura com objetivo meramente de oferecer visibilidade para este deputado, infelizmente eleito.
O sr.
Edilson Silva, se realmente desejasse apoiar a nossa cultura popular e tradições de matriz africana, atacaria o governador do Estado e o prefeito da cidade do Recife, que estão impedindo a realização da Festa da Lavadeira na capital e no Estado, não a Associação Festa da Lavadeira, que vai a Goiás passeando com a Boneca da Lavadeira procurando a sua Festa, numa forma de luta e resistência, para que o povo pernambucano saiba que não temos apoio Governamental nem espaço público para a realização da Festa da Lavadeira no seu próprio Estado.
Em 28 anos de realização da Festa da Lavadeira, que é Patrimônio do Povo de Pernambuco, Calendário Oficial do Estado e premiada pelo IPHAN, nem mesmo o seu fundador, que assina este documento, visou utilizar o evento de forma a atrair holofotes para sua pessoa.
A Festa da Lavadeira é uma instituição jurídica independente e autônoma.
Portanto não admitimos esse desrespeito de pessoas com cargo público e privilegiado, pretendo capitalizar à sua imagem a custa de um projeto de 28 anos.
As atitudes deste deputado inviabilizam o processo de realização da festa religiosa, permitida pelo referido TAC/MP, pois ele instigou antipatias e incita nosso público, criando confusões na cabeça das pessoas, potencializando assim a insegurança numa área que hoje já é um canteiro de obras.
Enfim, essa atitude irresponsável deste deputado, que se negou a nos apoiar, mas quis impor sua vontade a Associação e mente para o público informando o contrário servindo-se da sua estrutura parlamentar, resulta na impossibilidade do evento religioso e o fechamento da casa da Lavadeira pela primeira vez em 28 anos.
Portanto, entendo que a visibilidade da Festa da Lavadeira é Nacional, solicito um posicionamento deste Partido Político, na certeza de que esta atitude irresponsável e descabida é uma ato isolado de uma pessoa que não tem outro objetivo senão se promover à custa do sangue e suor dos outros.
Recife, 02 de abril de 2015.
Eduardo Melo Diretor Presidente da Festa da Lavadeira Imagem: divulgação Foto: divulgação