Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara Por Franco Benites Do Jornal do Commercio desta segunda-feira (6).

Faz oito anos que o Democratas (DEM) deixou para trás a denominação de Partido da Frente Liberal (PFL) para a atual nomenclatura.

Nesse período, o partido enfrentou baixas de filiados, aprendeu a ser oposição e conviveu com o fantasma de desidratar a ponto de existir apenas na memória política.

Um dos caminhos traçados para que a sigla não saia de cena por completo é a fusão com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

As negociações nesse sentido ocorrem em Brasília, mas a união pode esbarrar devido aos múltiplos cenários existentes nos Estados brasileiros.

Pernambuco é um dos locais que podem se tornar um obstáculo à aliança.

A equação para unir o deputado federal e presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, um dos principais críticos da gestão Dilma Rousseff (PT), e o petebista Armando Monteiro, alçado este ano ao posto de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por si só já seria complexa.

Um analista da cena política local, que preferiu não se identificar, afirma que dificilmente Mendonça e Armando ocupariam o mesmo espaço e que sobraria para o democrata migrar de partido.

A leitura é de que nacionalmente e estadualmente, o PTB tem mais poder de barganha.

Os petebistas pernambucanos contam com quatro deputados federais, seis estaduais, um senador e um ministro.

Já a força do DEM no Estado se concentra no próprio Mendonça e na deputada estadual Priscila Krause.

Amanhã, a Executiva do DEM nacional se reunirá em Brasília para tratar do assunto e o evento terá a participação dos dois principais nomes do partido em Pernambuco.

Mendonça Filho e Priscila Krause estão confirmados no evento.

Eles acompanham atentamente as conversas relativas à fusão, mas são céticos quanto ao encaminhamento dessa aliança.

Mendonça enxerga pontos em comum do DEM com o PTB, mas aponta um dos obstáculos regionais para a fusão. “Sou oposição ao governo Dilma e o PTB tem um ministro.

Armando concorreu contra Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco e integro a base da administração estadual.

Não abro mão do meu papel”, destaca.

Priscila reforça as diferenças entre o DEM e o PTB. “A fusão com outro partido, a depender dos termos, pode fortalecer o Democratas ou simplesmente deixá-lo desaparecer do mapa político brasileiro.

Se admitirmos uma fusão com um partido que se mantenha alinhado ao governo federal, jogaríamos fora o nosso principal patrimônio que é fazer oposição ao que aí está.

Iríamos de encontro ao que o nosso eleitorado deseja. É preciso que os termos de uma fusão sejam claros e sublinhem especialmente essa condição política independência do Planalto.

Não dá pra abrir mão de princípios”, atestou.

Leia mais no JC desta segunda.