Viaturas da Polícia Civil vão deixar de rodar por falta de combustível.
Foto: Guga Matos/JC Imagem.
Em meio ao corte de gasto e à austeridade nas contas públicas, o governador Paulo Câmara (PSB) deverá lidar com mais uma dor de cabeça.
Desta vez, na segurança pública.
O racionamento de recursos atingiu até as viaturas da Polícia Civil.
Os delegados receberam, nesta quarta-feira (1º), um e-mail da gestora do setor de transportes da entidade informando que a concessão de combustíveis estava suspensa até segunda ordem.
A orientação, citada na mensagem, é que os policiais que abasteceram a viatura e não conseguiram efetivar o pagamento reúnam o cupom fiscal para serem ressarcidos posteriormente.
A determinação agora é não rodar com os carros “enquanto esta instituição empreende esforços para que se resolva a situação o mais rápido possível”, explicou a gestora de frota e combustível, Vera Lúcia Rêgo Melo, no e-mail.
LEIA TAMBÉM: » Polícia Civil diz que resolveu falta de gasolina para as viaturas Reprodução do e-mail enviado aos delegados Em conversa com o Blog, o presidente da Associação dos Delegados de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, confirmou o recebimento do e-mail.
Segundo ele, a Nutricash - empresa que distribui os cartões de combustível - informou ao setor de transportes o anúncio do corte para frota da Polícia Civil. » “O Pacto Pela Vida está falido”, critica presidente do Sinpol “Estamos todos estarrecidos.
O comentário é que o governo nos colocou de greve.
Nosso trabalho é eminentemente de rua.
Temos que ir aos locais de crimes e isso depende fortemente dos veículos”, explicou o presidente da Adeppe.
De acordo com Marques, cada viatura tem direito a uma cota mensal de R$ 400 para abastecer.
Cada viatura tem R$ 400 para combustível durante o mês.
Foto: Guga Matos/JC Imagem.
Em tom de crítica ao Pacto pela Vida, o representante dos delegados comentou que os números do programa estão ruins por falta de uma reformulação do projeto e de autonomia da Polícia Civil para gerenciar o orçamento da entidade.
Atualmente, é tudo concentrado na SDS. “Se os números de homicídios estão altos, então tome hora extra, tome viaturas nas ruas e tome gente para prender”, disse. “O Pacto hoje é um programa de monitoramento dos números, que se conforma em manter um número X de mortes para atingir a média, quando o objetivo deveria ser zerar a quantidade de homicídios.
Atingir a meta já é motivo de comemoração, assim os outros crimes ficam em segundo plano.
Nos últimos 8 anos só se investiu em plano para combater homicídio e não se reformulou a polícia, dando condições básicas para o trabalho”, acrescentou o presidente da Adeppe.
A denúncia de corte de verba para as viaturas veio à tona no mesmo dia em que o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PTB), divulgou levantamento apontando o crescimento no número de homicídios no Estado.
Segundo o parlamentar, foram registrados mil homicídios em Pernambuco nos três primeiros meses do ano.
Procurada, a SDS afirmou que a responsabilidade sobre a situação era da Polícia Civil.
A assessoria da PC não retornou as ligações até o fechamento desta matéria, às 20h20.