Foto: Roberto Pereira/SEI Por Fernando Castilho Na coluna JC Negócios do Jornal do Commercio desta quarta-feira (1º).

O governador Paulo Câmara já sabe que pagará um alto custo político pela promessa de campanha de “dobrar o salário do professor” até 2018.

Não pode fugir do compromisso já em 2015 e não o negará.

Mas quer um tempo para organizar o caixa, pois que como se disse aqui, ontem, em fevereiro a conta de pessoal chegou a 47,14% da Receita Corrente Líquida, pondo o Estado fora da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ontem, ele mandou sua bancada “passar por cima da oposição” e aprovar na Assembleia o projeto de correção dos servidores que receberam abaixo do piso nacional fixado pela Lei nº 11.738/2008, que determina valores, a cada ano, e não percentuais de correção.

Mas pediu para voltar a conversar em maio, depois que sair o balanço do Estado referente ao primeiro quadrimestre.

Dito de outra forma: professor, pode me dar um tempo até que eu organize o caixa?

O problema não é saber se a categoria vai para o confronto.

O problema é saber como o reajuste de junho vai impactar o comprometimento anual da folha de pessoal em relação à arrecadação.

No momento, o debate é com os professores, mas vem aí o pessoal da Saúde, demais servidores e Polícia Militar e Civil.

Nos sete anos de seu governo, Eduardo Campos aproveitou a data-base do piso para repassar o percentual à categoria.

Virou uma tradição e um gesto de afirmação.

Paulo Câmara não tem esse cacife financeiro e terá que pagar o custo político pelo que mandou seus deputados aprovarem ontem.