Atualizada às 21h32 No momento em que o PT enfrenta uma das maiores crises de sua história, os diretórios estaduais da sigla divulgaram nesta segunda-feira (30) um manifesto no qual defendem que é hora de a legenda “assumir responsabilidades”, “sair da defensiva” e “corrigir rumos”.

O documento reconhece que, em seus 35 anos de história, o partido cometeu erros e deve retomar os valores que pautaram a sua criação, em 1980.

O ponto de partida para a mudança seria o V Congresso do PT, marcado para junho, na Bahia. “A fim de que retome sua radicalidade política, seu caráter plural e não dogmático”, pregou.

No documento, os dirigentes estaduais da sigla defendem dez bandeiras tradicionais da esquerda para reaproximar o partido, e consequentemente, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), da base social da legenda.

As principais propostas são a orientação da bancada petista no Congresso Nacional a aprovar proposta de taxação de grandes fortunas, que sofre resistências de setores do governo federal, a aprovação das reformas política e tributária e a ampliação dos direitos trabalhistas, na contramão do ajuste fiscal elaborado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda). “A hora não é de recuo, é de avançar com coragem e determinação”, diz o texto, que defende ainda a formação de uma ampla frente de esquerda com partidos de esquerda, movimentos sociais e centrais sindicais, inspirado no que existe no Uruguai.

Em conversa com o Blog, a presidente do PT em Pernambuco, Teresa Leitão, afirma que a reunião teve um saldo muito positivo e explicou que o partido se organiza para ter um comando unificado e ações articuladas em todo o País. “Foi uma voz geral [de todos os dirigentes dos partidos do Brasil] que a gente precisa ter um comando unificado e ter ações articuladas em todo o País na defesa do governo, do PT e do fortalecimento do nosso partido”, comentou.

CORRUPÇÃO Baseado na tese “nós contra eles”, utilizada pela equipe de Dilma na última campanha eleitoral, os dirigentes estaduais afirmam que os setores da oposição “querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades passageiras da economia”.

As lideranças petistas comparam os ataques sofridos pelo partido, em meio às investigações do esquema de corrupção na Petrobras, ao sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, que, segundo eles, foi “imputado ao PT”.

Os dirigentes estaduais dizem que o partido é alvo de uma campanha de “cerco” e “aniquilamento” e setores da oposição que tentam “criminalizar” o PT. “O PT precisa identificar melhor e enfrentar a maré conservadora em marcha.

Combater com argumentos e mobilização a direita e a extrema direita minoritárias.” Da FolhaPress com redação