Imagem: Consórcio Novo Recife.
O projeto Novo Recife, que propõe a construção de edifícios residenciais e comerciais no Cais José Estelita, na região central do Recife, precisará passar novamente por todo o processo de licenciamento junto à prefeitura da capital e, como todo empreendimento de grande impacto, deve ser novamente apreciado pelo Conselho da Cidade e pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU).
O Novo Recife passou por um redesenho para atender às novas diretrizes urbanísticas definidas pela prefeitura após a discussão com o movimento Ocupe Estelita, que é contrário ao empreendimento privado.
O projeto com as novas diretrizes urbanísticas foi encaminhado, sem alarde, pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) para a Câmara do Recife na última semana, conforme revelou o Blog de Jamildo.
A necessidade de um novo processo de licenciamento foi confirmada pelo prefeito ao Blog na manhã desta segunda-feira (30). “O que está tramitando na Câmara é um plano específico, urbanístico, para aquela área, que pega o Cais de Santa Rita, o Cabanga e o Cais José Estelita”, explicou. “Depois disso, a prefeitura poderá analisar um projeto novo para aquela área”, disse.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, a licença de demolição dos armazéns existentes no terreno concedida às construtoras no ano passado só será liberada, novamente, depois que todo o novo processo de licenciamento esteja concluído.
Conheça na íntegra o projeto de Plano Urbanístico para o Cais José Estelita: Apesar de não ter divulgado que estava encaminhando o projeto do Plano Urbanístico para a Câmara de Vereadores, o prefeito Geraldo Julio negou, nesta segunda, que não tenha dado publicidade a ação ou que temia a reação negativa dos ativistas contrários ao Novo Recife. “Eu acho que você está enganado.
Somente no conselho da cidade foram cinco reuniões que aconteceram.
Teve uma audiência pública.
Não tem nenhum tipo de não dar publicidade a esse processo”, disse, ao Blog de Jamildo. “Quando concluiu o processo dentro do conselho da cidade, foi encaminhado para a Câmara com a publicidade natural, comum, que é dada a todo processo.
Não há temor nenhum”, garantiu.
No sábado (28), o Blog revelou que o prefeito havia convocado os líderes da bancada governista na Câmara e pedido prioridade para aprovação do plano urbanístico. “Não tem boquinha, não.
Vai subir”, teria dito, em certa altura da reunião.
Como afirmou o empresário Marcos Dubeux ao Blog, o redesenho do Novo Recife reduziu a rentabilidade do projeto e elevou de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,5 bilhão o investimento total.
Mesmo assim, o consórcio continua interessado no empreendimento.
O grupo é formado pelas empresas Ara Empreendimentos, GL Empreendimentos, Moura Dubeux Engenharia e Queiroz Galvão.
Na construção, o Novo Recife deve gerar R$ 40 milhões em tributos para a Prefeitura do Recife por meio do Imposto de Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI).
Outros R$ 7 milhões serão pagos todos os anos a título de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Após o início das demolições no do Cais José Estelita, o grupo de ativistas “Ocupe Estelita” chegou a ocupar o terreno por um mês para impedir a construção do empreendimento.
Eles deixaram o local em junho do ano passado, após uma reintegração de posse da Polícia Militar (PM) feita no governo João Lyra Neto (PSB).
Imagem: Consórcio Novo Recife REDESENHO - O redesenho do projeto Novo Recife foi apresentado à imprensa no começo de novembro de 2014 e atendeu aos principais requisitos apresentados pela Prefeitura do Recife nas diretrizes urbanísticas para a região, como a diminuição na altura dos prédios que ficam próximos ao Forte das Cinco Pontas, a criação de dois novos binários que levam o fluxo de tráfego para dentro do terreno e a continuação da Avenida Dantas Barreto para que ela vá até as margens da Bacia do Pina.
Com as mudanças, a área de uso público que será deixada pelo empreendimento foi ampliada de 45% para 65%.
Os lotes foram divididos para dar passagem às diversas vias que serão criadas em meio aos 13 prédios.
Em todos os terrenos, serão instaladas 10,6 mil metros quadrados de lojas de comércio e serviços, tornando os prédios de uso misto.
Nenhuma das edificações será murada, com o acesso aos prédios sendo feito direto da calçada.
As alturas dos prédios vão variar entre 42 e 137 metros de altura; três a menos do limite dado pelas diretrizes da Prefeitura do Recife.
Eles variam entre 12 e 38 andares.
O empreendimento terá dez edifícios residenciais, um hotel, um empresarial e um flat.
O Novo Recife analisou dados de ventilação fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia e garante que a construção dos prédios não irá afetar a temperatura do bairro.
Em uma cidade situada nos trópicos é naturalmente quente, mas até o clima é invocado na falsa polêmica.
As mudanças realizadas no empreendimento forçaram o consórcio a reformatar os edifícios.
O número de unidades habitacionais saltou de 980 para 1.042, mas algumas estão menores, o que diversificou as plantas.
O empreendimento vai oferecer apartamentos de 34 a 282 metros quadrados.
A previsão do consórcio é de que o Novo Recife seja construído dentro de cinco ou seis anos.
Ele dará à região um acréscimo de 4 mil habitantes na região do Cais José Estelita.
Seis mil empregos diretos e indiretos serão gerados durante a construção e dois mil vagas diretas serão mantidas após a conclusão do projeto.
Com as obras, o viaduto do Forte das Cinco Pontas deve ser demolido, mas dará lugar a uma via e não a um túnel, como estava inicialmente previsto. os socialistas já provaram que tem problemas com túneis, como mostrou a área do Museu da Abolição.
A PCR também descartou a construção de uma passarela e de uma alça viária.
O valor das mitigações será realocado para a criação das novas vias públicas no interior do empreendimento e a construção de 200 unidades de habitação social.
Segundo o consórcio, esse é o maior valor em ações mitigadoras pago pela iniciativa privada em todo o País.
Ao todo, cinco vias vão integrar o empreendimento em direção ao restante do bairro.
A ampliação da Dantas Barreto vai criar uma abertura de 50 metros para a frente de água da Bacia do Pina.
Também serão criados 1,8 quilômetros de ciclovias e mais 4 quilômetros de calçadas; que também foram ampliadas com o redesenho.
No terreno ao lado ao do Novo Recife, a PCR pretende construir um parque verde e implantar um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que pode ir do Forte do Brum até o bairro de Afogados.
Um parque verde de frente para o espelho d’água e um espaço cultural também devem ser construídos no entorno; esses últimos já com dinheiro das medidas mitigadoras.