Refinaria Abreu e Lima.

Foto: Heudes Regis/JC Imagem.

O ex-gerente da Petrobras Glauco Colepícolo Legatti, responsável pela implantação da Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca, Pernambuco, vai ser ouvido nesta terça-feira (31) pelos membros da CPI da Petrobras.

O engenheiro Shinko Nakandakari, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou ao Ministério Público Federal que pagou propinas a Legatti, afastado do cargo em novembro, por decisão interna da Petrobras.

Na semana passada, em audiência na CPI, a ex-presidente da Petrobras Graça Foster admitiu que os aditivos firmados pela estatal para a construção de Abreu e Lima multiplicaram os custos do projeto.

O custo inicial da refinaria pernambucana estava estimado em 2,5 bilhões de dólares, valor que subiu para 18,5 bilhões de dólares ao final da construção. “Se você não tem projetos básicos de qualidade, você vai ter aditivos.

Na Abreu e Lima, a questão principal foram as mudanças sucessivas no projeto.

Até as características do petróleo que seria refinado ali mudaram durante o processo”, explicou Graça Foster.

Ela disse ainda que a empresa cometeu um erro ao divulgar o valor inicial da refinaria Abreu e Lima como sendo de 2,5 bilhões de dólares. “A previsão inicial correta seria um custo de cerca de 14 bilhões de dólares.” Graça Foster admitiu como razoável uma margem de diferença de preço de 20% acima do valor previsto em contratações. “Dá para trabalhar com margens menores que essa desde que haja um projeto básico realista”, disse.