Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Em meio à tentativa do governo federal de superar a crise política e minimizar o efeito dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff (PT) ocorridos em todo o País, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini (PT), disparou contra os movimentos que pedem o impeachment e a volta do regime militar. “Quem gosta de golpe e de falta de democracia pode flertar com esse tipo de situação.
Nós não flertamos”, disse Berzoini, nesta sexta-feira (27), ao Blog de Jamildo.
O ministro veio ao Recife para a inauguração do primeiro laboratório para testar aplicativos em dispositivos móveis fora de São Paulo, que está sendo instalado no Porto Mídia, braço de economia criativa do Porto Digital.
O projeto, que já passa a funcionar, apesar de estar 20% pronto, está sendo feito com um investimento de R$ 7 milhões do governo federal.
Após o evento, Berzoini foi procurado por militantes da União da Juventude Socialista (UJS), que pediram que ele assinasse uma petição pela democratização da mídia no Brasil.
O petista se recusou a endossar o documento. “Eu não assino nada assim, repentinamente.
Só lendo com calma”, explicou aos jovens.
Foto: Sérgio Bernardes/JC Imagem “Sou favorável a um amplo debate sobre esse tema.
Esse tema tem que ser debatido até porque muito do que se fala em relação ao tema, às vezes quando a gente vai analisar a legislação que existe, já está contemplado.
Mas tem partes que não estão contempladas.
E é preciso a sociedade disseminar todos os debates sobre isso.
Eu apoio todos os debates que possam contribuir para uma democracia ampla em todos os setores da sociedade, inclusive nas telecomunicações”, justificou o ministro.
Ex-ministro da Previdência, do Trabalho e das Relações Institucionais, Berzoini evitou falar sobre uma possível reforma ministerial no governo federal nas próximas semanas. “Isso é problema da presidenta da República.
Eu sou assessor da presidenta”, limitou-se a afirmar.
PIB E EDUARDO CAMPOS - Questionado sobre o resultado do PIB de 2014, que mostra um crescimento de apenas 0,1% na economia nacional. “A economia brasileira vive uma transição entre o momento em que nós fizemos todo o esforço contracíclico para viabilizar a manutenção do emprego e da renda para uma nova estratégia de crescimento.
Isso exige ajustes orçamentários”, defendeu. “Nós temos que ter firmeza.
Ter capacidade de enfrentar essas dificuldades da economia mundial, que também são nossas, para que nós possamos continuar aquilo o que foi feito em 12 anos”, disse.
Berzoini lembrou que o Brasil gerou 20 milhões de empregos durante os governos petistas e elevou o valor do salário mínimo.
Foto: Sérgio Bernardes/JC Imagem O ministro também defendeu a necessidade de dialogar mais com o Congresso e com o povo para superar a crise política. “O fundamental é dialogar e ser transparente com a população. É isso o que faz uma saudável interlocução política que dê resultados.
Inclusive para provar que aquilo o que é necessário.
Sempre partindo do pressuposto de que o governo não é o dono da verdade”, avaliou.
Durante o discurso, Berzoini elogiou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que faleceu no ano passado em plena campanha presidencial, ao pedir à secretária de Ciência e Tecnologia, Lúcia Melo, que transmitisse um abraço dele ao governador Paulo Câmara (PSB), afilhado de Campos. “Mandar meu abraço para o governador.
Uma pessoa de muito diálogo e muito interesse em integrar as ações federais e as ações estaduais.
Assim como foi o nosso querido, e amigo pessoal, ex-governador Eduardo Campos, por quem eu tenho muita afeição e saudade, por seu desaparecimento precoce.
Era uma pessoa que tinha muito a contribuir com o Brasil”, declarou.