Trecho do vídeo do ex-gerente financeiro da Petroquímica Suape.
Foto: reprodução.
Após ouvir os depoimentos do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, os membros da CPI da Petrobras podem convocar para depor, na Câmara dos Deputados, o empresário pernambucano Mário Beltrão e o ex-gerente financeiro da Petroquímica Suape Carlos Alberto Nogueira Ferreira, que aparece em um vídeo citando supostos desvios de dinheiro de construtoras fornecedoras da Petroquímica Suape para a campanha do então candidato ao governo do Humberto Costa, pelo PT, em 2006.
A confirmação veio de um dos membros da CPI da Petrobras, o deputado federal Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal.
Paulo Roberto está escalado para depor em um das duas próximas quintas-feiras.
Durante o depoimento, o parlamentar tucano afirmou que fará uma abordagem sobre o conteúdo denunciado pelo ex-gerente financeiro da Petroquímica.
Carlos Alberto Nogueira trabalhou diretamente com o ex-diretor Paulo Roberto Costa, no Rio de janeiro, muito antes do agora famoso Paulo Roberto ter sido preso na Operação Lava Jato.
Enviado para o Recife, Nogueira afirmou, em um vídeo disseminado pelo WhatsApp, que assinou um cheque de R$ 6 milhões nominativo a Schahin Construtora e outro cheque de R$ 8 milhões nominativo a Odebrecht.
LEIA MAIS: » Humberto Costa diz que vai processar ex-gerente da Petroquímica Suape por calúnia » Ex-gerente da Petroquímica Suape diz que construtoras desviaram R$ 14 milhões para campanha do PT » Graça Foster diz sentir vergonha por propina na Petrobras “Esses R$ 14 milhões de reais em 2006 foram para a campanha do senhor Humberto Costa, candidato a governador de Pernambuco em 2006 e arrecadador financeiro do PT aqui.
Quem recebeu o dinheiro em nome de Humberto Costa foi o senhor Mário Beltrão… Ele é o amigo de infância de Humberto Costa, arrecadador financeiro dele. É o ‘PC Farias’ do senador Humberto Costa”, descreveu o homem, no vídeo.
Em entrevista ao Blog, o deputado federal do DF afirmou que irá questionar Paulo Roberto durante o depoimento para apurar o envolvimento dele com o ex-funcionário da Petroquímica. “Eu, com certeza, farei o questionamento da matéria [publicada pelo Blog nesta quinta-feira (26)]”, disse o parlamentar.
Na última terça-feira (24), a CPI da Petrobras aprovou mais de 300 requerimentos de convocação.
Além de Vaccari, Youssef e Costa estão o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; a ex-gerente Venina Velosa da Fonseca, da área de Refino e Abastecimento da Petrobras; e a Pedro Barusco, já ouvido pelo colegiado.Para o parlamentar, a informação que mais chamou atenção no vídeo do ex-gerente foi a assinatura de um cheque de R$ 6 milhões para a Schahin Construtora. “Esta é uma acusação muito grave.
O grupo Schahin já tem outras complicações por aqui [na CPI].
A construtora tinha um banco, que quebrou e está sendo investigado”, explicou o tucano.
Dona de um grupo de empresas com faturamento na casa de R$ 1 bilhão por ano, a família Schahin entrou em crise quando teve de vender seu banco ao BMG, em abril de 2011.
A CPMI da Petrobras citou pagamentos do Grupo Schahin a empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef.
Na prática, os depoimentos na CPI da Petrobras, na Câmara, estão seguindo o roteiro das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Por isso, as pessoas investigadas pela PF nos casos de desvios na Petrobras voltarão a ser ouvidas pelos parlamentares.