Foto: Rádio Jornal Ministro da Fazenda durante o governo José Sarney, quando havia hiperinflação no País, o economista Maílson da Nóbrega disse, nesta quarta-feira (25), em entrevista à Rádio Jornal, que, diante do cenário de crise atual, não faria nada diferente do que o atual integrante da pasta, Joaquim Levy.
Para Maílson, o atual ministro é um homem “indemissível” e a sobrevivência política da presidente Dilma Rousseff (PT) depende dele. “Não é que a presidente pense como o Joaquim.
Pelo contrário, ela pensa exatamente o oposto.
Ela escolheu o Joaquim por sobrevivência política”, diz Maílson da Nóbrega. “A presidente Dilma está sendo levada a fazer um ajuste fiscal que é necessário não porque ela acredite, mas porque as instituições levaram a isso”, afirma o economista, para quem a sociedade brasileira está mais evoluída hoje do que nos anos 80. “É crucial no regime presidencialista brasileiro que o presidente tenha o poder de agenda.
Esse é o problema brasileiro, a presidente Dilma precisa restabelecer o poder de agenda.
Por ora, esse poder está sendo exercido pelo Levy. É ele que vai ao Senado, é ele que vai ao Congresso.
Esse homem é chave para o Brasil de hoje”, explica. “Ele é um ministro, a essa altura, indemissível”, vaticina.
Maílson acredita que um dos principais desafios de Dilma é neutralizar uma ação destrutiva do Congresso na economia, ampliando os gatos do governo no momento em que o ajuste fiscal se faz necessário. “O Congresso não tem nenhum incentivo para ser austero, para ser responsável”, diz.
Apesar disso, o economista se diz otimista com o País a longo prazo e disse ser muito pouco provável que o País entre em colapso. “Não pensemos que chegou a hora de ir para Miami.
Aliás, é uma má opção porque o País tem muito mais oportunidade para quem for lá”, argumenta.
Para ele, porém, não está no horizonte do atual governo conseguir criar as condições estruturais para uma retomada do crescimento econômico. “Eu acho que o Brasil vai aguentar os quatro anos de mediocridade da presidente Dilma”, prevê. “O Brasil vai perder muitas oportunidades nos próximos anos.
Vai ser um período muito medíocre.
Pífio.
Na melhor das hipóteses, na minha avaliação, se o governo não receber uma bola nas costas do Congresso na questão fiscal, nós podemos chegar a 2018 com a economia crescendo 1,5% ou 2%.
E olhe lá”, analisa.