Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Nesta sexta-feira, Dilma esteve em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul.
A presidente da República deu entrevista após cerimônia de inauguração da unidade de secagem e armazenagem da Cooperativa Regional dos Assentados de Porto Alegre (COOTAP).
Além de dirigir um trator, a governante falou do ajuste fiscal.
Dilma disse que para o governo era fundamental aprovar esse ajuste. “Nós, da União, tivemos agora aprovado o nosso orçamento, nessa semana foi aprovado o orçamento.
E agora, assim que sancionado, nós vamos também, a exemplo do que fez todos os governos que já tinham seus orçamentos aprovados, nós vamos fazer o contingenciamento do nosso, que será significativo.
Não vai ser um pequeno contingenciamento”, afirmou Dilma.
No Rio Grande do Sul, Dilma disse também ser importante que se reconheça que houve, no final do ano de 2014, uma grande deterioração nas arrecadações, aí não só da União, mas também dos estados. “Então, entendo a crise do governador.
A crise por que passa o Rio Grande do Sul que, aliás, tem um histórico de crises, não é?” Um jornalista perguntou se era possível fazer o ajuste fiscal sem afetar o consumo e o investimento? “O ajuste fiscal, ele é feito justamente para garantir que haja continuidade no crescimento do consumo e do investimento, ele é precondição.
Por isso, nós fazemos tanta questão que ele seja aprovado”, respondeu.
Dilma também críticas do dirigente do MST, Pedro Stédile, para quem Dilma tinha que ser mais humilde e ir para as ruas. “Eu acho que o que o Stédile faz são sugestões.
Ele tem a concepção dele, e eu tenho a minha concepção.
A concepção de um Movimento é uma, de um governo é outra.
Um governo olha para o país e vê vários setores, não vê só agricultura familiar.
Nós olhamos para o país e vemos também o agronegócio, nós olhamos o país e vemos todas as reivindicações.
Acho que é absolutamente democrático a crítica dele.
Agora, entre a crítica ser democrática e a gente aceitar a crítica há uma pequena distância”, rebateu.
Dilma defendeu a redução de incentivos para a desoneração da folha de pessoal e defendeu o ajuste fiscal. “Eu considero absolutamente imprescindível, imprescindível para o Brasil - e aí acho que não é uma questão do governo apenas, acho que é uma questão do conjunto do país, da nossa nação - a aprovação do nosso ajuste fiscal.
Obviamente quanto mais rápido isso for feito, mais rápido o governo, a economia, a sociedade vai sair de uma situação de maior restrição.
Por quê?
Porque o Brasil, eu disse aqui no ato, nós temos uma relação extremamente sóbria, entre percentual de gasto na folha e o nosso orçamento, o nosso produto.
Nós não somos um país que tem o descontrole na folha de pagamento, nós não somos um país que tem descontrole nos gastos previdenciários.
Nós somos um país que possui reservas substantivas.
Então, as flutuações que ocorrem neste momento no mercado internacional, que atinge a todos, atinge a nós também, mas no passado elas nos quebravam, hoje não quebra.
Nós somos um país que tem uma relação dívida sobre o Produto Interno Bruto pequena, se você olhar para o resto do mundo". “Então, nós temos de fato um desequilíbrio fiscal.
Como eu disse, nós absorvemos uma parte grande, mas uma parte imensa da crise que nos atingia, nós absorvemos o orçamento.
Nós fizemos desonerações muito significativas, essa da folha, só ela sozinha ela equivale a R$ 25 bilhões.
O que nós estamos fazendo não é acabar com os 25, nós estamos reduzindo de 25 para 12. É isso que nós estamos fazendo, continua desonerando.
Nós não estamos tirando desoneração da folha, nós estamos fazendo correções em programas sociais que tem de ter correções”. “O orçamento é fundamental que nós tratemos do contingenciamento, porque nós temos um objetivo, qual é o nosso objetivo?
Fazer 1,2% de superávit primário.
Para fazer isso, nós contamos com as medidas que nós enviamos ao Congresso e também com um processo de redução dos nossos gastos que… o só pode ser feito depois do orçamento aprovado.
Dado o orçamento, então, vamos fazer cortes no orçamento, nós vamos fazer um contingenciamento de gastos.
A partir desta questão, a partir de o momento que o governo está estabilizado, e que… estabilizado no que se refere às contas fiscais, porque eu não estou dizendo que ele está instável, estou dizendo que é necessário que se aprove o ajuste fiscal e que a gente use o orçamento agora aprovado para fazer o contingenciamento.
A partir daí, todas as demais medidas vão ser tomadas”, insistiu.