Foto: divulgação No momento em que a oposição aponta contradições entre o discurso de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) e as medidas tomadas no início deste segundo mandato, a presidente do PT em Pernambuco, Teresa Leitão lembra que o governo tem apenas quatro anos para implementar as promessas eleitorais e está demorando a fazê-lo.
No próximo dia 30, a petista levará sugestões do diretório estadual do PT para superar a crise politica no Planalto à Executiva Nacional do partido e ao ex-presidente Lula, durante um encontro em São Paulo. “O governo foi eleito com um programa, mostrando a diferença em relação aos adversários.
Então ele precisa transformar isso em ações”, afirma Teresa. “Dilma foi eleita com um programa que ela não começou a implementar ainda por causa das pressões na economia.
O que ela fez nessa área é muito mais para o lado da oposição”, se queixa a petista.
Para Teresa Leitão, o PT precisa ter mais espaço na condução política do Planalto. “Em um governo de coalizão, como é o de Dilma, a gente não pode deixar falar a presença do partido majoritário.
O papel do PT é disputar positivamente este governo”, avalia.
A pernambucana reconhece que existem ações da gestão Dilma com as quais a legenda não concorda totalmente e lembra que a orientação petista foi negociar a aplicação das medidas provisórias que alteraram direitos trabalhistas, não acatá-las sem discutir. “Há um movimento de apoio.
Mas o PT precisa também exercer o seu papel de partido.
Porque o partido não é o governo”, diz.
Teresa Leitão defende que a sigla busque melhorar a comunicação com a sociedade para não perder o debate político contra a oposição. “Havia por parte da população mais credibilidade para com o partido.
A gente acha que precisa recuperar isso”, explica.
Ela também prega que é preciso afinar a sintonia entre os estados e a Direção Nacional do PT, para que a legenda responda com mais agilidade às questões políticas locais, e diz que é preciso investir na articulação com a base política tradicional da sigla, como os movimentos sociais.
Apesar das queixas, a deputada estadual acredita que Dilma já tem feito movimentos para superar a crise política, buscando criar agendas positivas como o lançamento do pacote anticorrupção. “O próximo passo é fazer a substituição, o quanto antes, do ministro da Educação”, pondera.
O ex-titular da pasta Cid Gomes (PROS) deixou o cargo após bater de frente com o Congresso Nacional.
Antes do encontro nacional, o PT reúne a executiva estadual na próxima segunda-feira (23) para afinar o discurso.
Recentemente, o partido iniciou um movimento de planejamento para os próximos anos que inclui estratégias para as eleições de 2016.