Foto: Gabriela Korossy/Agência Câmara Contrariando a orientação dos advogados, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque respondeu a dois questionamentos dos deputados da CPI da Petrobras e afirmou que sua esposa nunca conheceu o ex-presidente Lula (PT) ou o assessor dele Paulo Okamotto; a quem ela teria recorrido após a prisão do marido.

Ele também negou qualquer grau de parentesco dela com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que o teria indicado para o cargo. “Minha esposa nunca esteve com o presidente Lula ou com o senhor Okamoto.

Não conhece e nem nunca conheceu”, disse Duque.

Ele admitiu que buscava evitar uma convocação dela para depor na CPI, como foi sugerido pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) e apoiado por outros parlamentares.

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Ela vai pagar a conta do que o senhor fez?”, disparou o deputado Autineu Côrtes (PR-RJ). “O senhor vai virar máscara de Carnaval lá no Rio de Janeiro.

Como o Marcos Valério.

Como um dos maiores corruptos do Brasil”, disse.

O discurso foi endossado por Onyx Lorenzotti (DEM-RS). “Que o senhor é bandido e participou do esquema criminoso, não há dúvida nenhuma”, subiu o tom. “CARA DE PAU” - Mesmo com Renato Duque repetindo inúmeras vezes que exerceria o direito constitucional de ficar calado, o clima esquentou entre os deputados da CPI depois que o deputado Paulinho da Força (SD-SP) disse ficar impressionado com a “cara de pau” do PT. “Se tiver alguém aqui que é cara de pau é ele, que se utiliza do movimento social para fazer campanha”, reagiu o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP).

Ex-funcionário de Duque, o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco contou à CPI que empreiteiras pagavam 2% do valor dos contratos em propina.

Esse dinheiro era dividido entre ele, Duque, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.