Por Eduardo Carvalho, especial para o Blog de Jamildo A palavra Corrupção pode ser definida como a utilização do poder ou da autoridade para obter vantagens e fazer uso do dinheiro público para interesse próprio, de um partido político ou mesmo de uma causa.

No caso dos governos, caracteriza-se por desviar verbas públicas, aceitar e solicitar recursos financeiros para determinado serviço público em nome de interesses pessoais e/ou de um grupo.

As Nações Unidas concluíram que a corrupção é o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social no mundo.

A corrupção cria e perpetua a desigualdade social e a pobreza, além de afetar os serviços de saúde, educação, abastecimento d’água, geração e distribuição de energia.

Do ponto de vista de negócio, aumenta o custo de abrir e manter uma empresa.

A corrupção também estimula o tráfico de drogas e armas.

E é crime grave.

Um país corrupto não prospera.

Há leis, é verdade, mas muitas são criadas para atender grupos de interesse.

O povo não confia nos supostos líderes de um país corrupto.

A democracia e mera aparência; imperam as culturas do “jeitinho brasileiro? e do “salve-se quem puder?.

Instala-se uma anarquia.

ORDEM E PROGRESSO, jamais.

Nós, trabalhadores, educados, honestos, sem ideologia partidária, com pensamento crítico, cidadãos globais e patriotas, ironicamente denominados de “elite” pelos que se dizem “esquerdistas”, estamos indignados e envergonhados.

Por quê?

Porque somos uma nação governada por tantos políticos processados ou em processo de investigação pelo Ministério Público por corrupção, alheios à fome, à má-educação, às doenças e à miséria pela qual passam milhões de brasileiros.

Políticos esses que sugam nosso dinheiro, conquistado com trabalho sério, honesto e competente.

As notícias, os artigos e as entrevistas produzidos por jornalistas, também indignados e envergonhados, repetem-se.

Nós ficamos dia após dia à espera que a Justiça condene esses criminosos políticos de alta periculosidade.

Lamentavelmente, esse grupo perigoso se aparelhou de meios judiciais que lhe assegura imunidade penal, exceto se condenados após muitos anos de processo.

Boa parte deles consegue a liberdade de forma rápida graças à competência de advogados, muito bem pagos.

As propostas de anticorrupção anunciadas pela Presidenta não alteram o status de imunidade, e são gentis com os partidos políticos.

Mal termina um ciclo eleitoral e esse grupo de políticos se organiza para o próximo embate nas urnas.

Instalou-se no país a indústria da eleição com o orçamento gasto declarado crescendo assustadoramente a cada eleição.

Esse financiamento de campanha é obtido através dos dutos da corrupção, por meio de contratos superfaturados e propinas.

Os empresários entram nessa rede de dutos pelo espírito animalesco de crescer, tornarem-se mais ricos, bilionários, poderosos.

Para quê?

Nós, representantes da tal “elite”, estamos exaustos com tudo isso.

O cinismo e o mau-caratismo de muitos políticos imperam.

Nós, que não somos políticos, temos nojo de vê-los, de compartilhar o mesmo ambiente, salvo algumas exceções.

Sentimos asco ao passar em frente a empresas estatais.

Estamos também envergonhados por ver funcionários públicos nos debochando, trabalhando pouco, atendendo mal, ganhando salários que os colocam entre o grupo do 1% mais rico do país.

O congresso tem três senadores por estado.

Lembramos que a nação brasileira é formada por 26 estados e o Distrito Federal, totalizando 81 senadores no país.

O orçamento anual para bancar esses parlamentares é de R$ 3,8 bilhões, o que significa que cada parlamentar custa cerca R$ 47 milhões aos nossos bolsos.

Os EUA, país com população 50% superior a do Brasil, possui dois senadores por estado.

A Câmara Federal tem 513 deputados e o orçamento para custeá-los é de R$ 5 bilhões.

Ou seja, cada parlamentar representa um gasto de cerca de R$ 10 milhões.

Os EUA têm 435 deputados.

Há também 37 Tribunais de Contas com 237 conselheiros e orçamento de R$ 5,5 bilhões. 60% desses conselheiros são ex-políticos; 20% deles têm problemas na Justiça; e quase 15% são parentes de políticos, segundo a instituição Transparência Brasil.

As Assembléias Legislativas têm orçamento de cerca R$ 10 bilhões, e as Câmaras de Vereadores, Tribunais eleitorais demandam outro considerável montante em dinheiro.

Os poderes Executivos e Judiciários consomem o restante da receita gerada pela exagerada tributação, não sobrando dinheiro para investimentos e operacionalização adequada dos serviços públicos.

Essa estrutura “democrática” e de “estado” está muito onerosa para os benefícios gerados.

Isso só mudará com a nossa vontade, através de um planejamento inteligente e coordenado para ações eficazes de mudança.

Entretanto, é fundamental que as lideranças dos poderes inspirem credibilidade.

Como péssimo exemplo no final de 2013, logo após as eleições, os representantes do Legislativo aumentaram o próprio salário em 33%.

Tal medida teve a aprovação da Presidente e dos então ministros, que também se beneficiaram.

Imediatamente após, os Legislativos de boa parte dos Estados aplicaram 25% de aumento, ou seja, o teto máximo de ajuste salarial.

E agora querem pedir sacrifício à população?

A Presidência da República tem na sua estrutura a Controladoria Geral da União, que é o órgão responsável por auditar as empresas governamentais.

As empresas estatais grandiosas têm departamentos de auditoria interna, e os Conselhos de Administração têm para assessorá-los Conselho Fiscal e empresas de auditoria independentes.

Para fortalecer a estrutura fiscalizadora, o governo ainda conta com a Receita Federal e a Comissão de Valores Mobiliários, em empresas com ações no mercado, como é o caso da Petrobras.

Todo esse exército foi incapaz de descobrir, por exemplo, a roubalheira bilionária da Petrobras.

Fez-se necessário um Juiz de Curitiba ‘farejar’ o caso e convocar a Polícia Federal, que deflagrou a operação Lava-Jato.

E talvez haja uma luz no fim deste mega túnel de corrupção.

Será que vamos continuar permitindo que roubem nosso dinheiro e nos façam de tolos?

Se quisermos lideranças determinadas a reduzir radicalmente a corrupção, sim, temos alguns modelos.

Há também várias organizações nacionais e internacionais, com credibilidade, que pesquisam, elaboram relatórios, indicadores e colaboram com planos de ação para o propósito.

Entre elas, temos o Banco Mundial, as Nações Unidas, o Transparência Internacional.

Há países que conseguiram combater a corrupção de forma exemplar, como é o caso de Singapura, hoje um dos países menos corruptos do mundo.

Para isso, contou com líderes honestos e verdadeiramente comprometidos com o bem-estar do povo.

Não queremos continuar sendo umas das 15 nações mais corruptas do mundo, como destaca o relatório do Fórum Econômico Mundial.

BASTA de corrupção e gastança pública!

Eduardo Carvalho é educador e autor do projeto Criando Cidadãos Globais, pela Harvard University