Renato Duque sendo detido pela PF.
Foto: divulgação.
A presidência da Câmara dos Deputados voltou atrás e revogou a norma interna que proibia a oitiva de presos nas dependências da Casa.
Com a alteração, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque será ouvido pelos parlamentares na própria Câmara.
Inicialmente, o depoimento seria feito na Superintendência da Polícia Federal, mas nesta quarta-feira (18) os deputados conseguiram a aprovação para que os integrantes da CPI da Petrobras conseguissem ouvi-lo na Câmara.
O depoimento está marcado para 9h30 desta quinta (19).
A regra que proíbia o depoimento de presos dentro da Câmara foi implantada em 2006, após o funcionamento da CPI do Tráfico de Armas.
Nessa época, traficantes considerados perigosos, como o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola, chegaram a ser ouvidos pelos deputados na Casa.
Mas, diante do risco à integridade física dos parlamentares e servidores e do custo alto de traslado e custódia dos presos, a direção da Câmara decidiu vetar o depoimento deles no local.
A convocação de Duque para depor na CPI foi aprovada pela comissão da Câmara no último dia 5, quando também foram convocados os ex-presidentes da estatal Graça Foster e Sergio Gabrielli, além do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e dos ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada.
Duque voltou a ser preso na última segunda-feira (16) na deflagração da 10ª fase da Operação Lava Jato, devido a movimentações, no curso das investigações, de dinheiro depositado em contas no exterior.
De acordo com a Polícia Federal, 131 obras de arte foram apreendidas na casa do ex-diretor.
Por causa da prisão de Duque, a CPI precisou enviar ofício ao juiz Sérgio Moro pedindo autorização para que ele fosse a Brasília depor.
Preso no Rio, Duque está detido na Superintendência da PF no Paraná.