Por Jamildo Melo, editor do Blog Não foi apenas o Datafolha que apurou a queda vertiginosa de popularidade da presidente Dilma.
O desgaste da imagem da presidente Dilma e de seu governo também podem ser medidos pelo levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau.
Pelos números da pesquisa, a maioria esmagadora, 70%, desaprova o governo Dilma. 20% aprova a gestão da petista e 9% não tem opinião formada.
Por regiões, o Nordeste oferece a menor desaprovação mesmo que em um patamar elevado (64%).
A maior desaprovação ocorre no Centro Oeste, com 83%.
Sul aparece com 74%, Sudeste com 71% e Norte com 68%.
No que toca a aprovação, o maior índice foi encontrado no Nordeste, com 27% das respostas Inversamente, como era de se esperar, o Centro Oeste ofereceu a menor aprovação, com 13%.
No Norte, aprovação foi de 255.
No Sul, 175 e Sudeste, 16%.
Arte: Guilherme Castro/NE10.
O levantamento também mostra que a desaprovação não leva em conta a renda dos entrevistados, sendo elevada com pessoas de alta renda como renda mais baixa.
Na faixa dos que ganham até um salário mínimo, 16% aprovam o governo Dilma e 74% desaprovam. 8% não tem opinião formada.
Na faixa das pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos, 17% aprovam o governo Dilma, enquanto 78% desaprovam.
Arte: Guilherme Castro/NE10.
A pesquisa foi feita em 137 municípios brasileiros, com 2.012 entrevistas, entre os dias 12 e 15 de março.
Dilma foi reeleita com 54,5 milhões de votos (51,6%), a margem mais apertada da história, vendo agora seus índices de ruim e péssimo disparar.
O estudo aponta que a insatisfação permeou todos os estratos sociais.
O aprofundamento do escândalo de corrupção da Petrobras pode ser um dos motivos do desgaste, a ponto de Dilma divulgar hoje um combate à corrupção, depois de 19 meses de promessa.
O solavanco captura e espelha a enorme insatisfação que tomou as ruas em 15 de março.
A amplitude atingida –na desaprovação da presidente e no número de manifestantes contra ela– reduz a pó a interpretação petista de que se trata de orquestração da elite inconformada com a derrota eleitoral do PSDB em outubro.
Avaliação do governo Dilma No que toca a avaliação do governo, a avaliação negativa soma 13%, sendo 2% de ótimo e 11% de bom. 21% disse achar o governo regular, assumindo uma posição neutra.
Já avaliação negativa chega a 66%, sendo 28% de ruim e 38% de péssimo.
No Nordeste, a avaliação negativa situa-se na faixa dos 49%, sendo 19% de ruim e 41% de péssimo.
Regular são 33%.
A soma de ótimo (2%) e bom 914%) fica em 16%.
Por renda, a situação negativa se mantem.
Entre os que ganham até um salário mínimo, a avaliação negativa soma 56%, sendo 20% de ruim e 36% de péssimo. Ótimo registra apenas 3%, outros 12% dizem que a avaliação do governo é boa, enquanto outros 28% são regulares.
Na faixa dos entrevistados com mais de cinco salários mínimos, a avaliação negativa sobe para 63%, sendo 16% de ruim e 47% de péssimo.
Deu zero a avaliação de ótimo e outros 12% acham bom, enquanto 25% adota uma posição neutra, avaliando o governo como regular.
O combustível dessa revolta, no que toca a classe média, pode ser derivada da gestão da economia no primeiro governo Dilma e do doloroso ajuste das contas públicas que ora impõe.
Grau de confiança Quando questionados sobre a confiança em Dilma, os números não são bons. 65% não confia nela.
Outros 25% confiam parcialmente.
Apenas 9% confiam parcialmente. 69% dos entrevistados também disse acreditar que Dilma não tem condições de fazer o Brasil melhorar.
Para 25%, ela tem condições sim de fazer o Brasil melhorar. 6% não sabe ou não respondeu. “Dilma pode vir a se recuperar, mas o levantamento mostra que não foi só uma parcela da população, das classes A e B, que verbalizaram insatisfação com o governo Federal.
Assim, a manifestação de domingo representou detalhe.
Essa pesquisa mostra o problema como um todo.
A presidente está reprovada em todos seguimentos e em todo o País”, diz o cientista político Adriano Oliveira, responsável pela pesquisa.
A segunda pesquisa da Nassau sobre o cenário nacional deve sair no segundo semestre.