Depois de posicionamento polêmico, Cid Gomes pede demissão.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil ATUALIZADA ÀS 19h08 DESTA QUARTA-FEIRA (18) O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), interrompeu a sessão na Casa para anunciar em primeira mão que o Ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), havia pedido demissão à presidente Dilma Rousseff (PT), após confusão com parlamentares, durante reunião na tarde desta quarta-feira (18).
Ministro da Educação, área contemplada no slogan “Brasil: pátria educadora”, o cearense Cid Gomes (PROS), que já foi apontado como um dos principais articuladores políticos da presidente Dilma, recebeu a convocação para ir à Câmara dos Deputados se explicar sobre o pronunciamento dado por ele afirmando a existência de “300 ou 400 achacadores” na Casa.
O pronunciamento desta quarta foi intempestivo e houve trocas de insultos, dedo em riste e ataques dos dois lados.
Uma claque foi ensaiada das galerias da Casa.
Eduardo Cunha criticou o gesto e mandou que as pessoas se retirassem.
Ao encerrar o depoimento, Cid saiu rapidamente da Câmara, depois de mais de três horas de sessão.
O pronunciamento incendiou ainda mais os ânimos entre o governo federal e a Câmara dos Deputados, cuja relação está bastante fragilizada.
Sobre as acusações de achacadores, Cid Gomes pediu desculpas aos parlamentares, mas atacou Eduardo Cunha.
Durante a sessão, Cid dirigiu críticas ao presidente afirmando que preferia ser acusado por ele [Eduardo Cunha] de mal-educado do que ser acusado como ele de achaque.
O termo “achacadores” é usado para designar pessoas que fazem extorsão.
Depois da fala do ministro, houve trocas de acusações diretas sobre o que o ministro chamou de intenção do PMDB de tomar a sua pasta.
LEIA TAMBÉM: » Cid Gomes pede desculpas e ataca presidente da Câmara » Clima esquenta na Câmara após declaração de Cid Gomes e oposição pede saída do ministro » Cid Gomes pode deixar ministério de Dilma por ter irritado Congresso O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, era um dos mais exaltados.
Ele foi um dos primeiros parlamentares a pedir a saída do ministro. “Ou o ministro se demite do cargo ou a presidente demite o ministro ou os 400 deputados assumem que são achacadores”, afirmou Mendonça Filho. “É lamentável a história que vai entrar para parlamentos de todo mundo. É literalmente inacreditável.
Nós não precisamos de oposição nesta Casa.
Este governo produz uma crise por dia.
As maldades da presidente Dilma são diárias”, disse o deputado.
O TELEFONE - Uma ligação do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para Eduardo Cunha confirmou a demissão do titular da pasta de Educação. “Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes”, Cunha na tarde desta quarta-feira (18).
Uma hora depois do aviso de Cunha, o Palácio do Planalto confirmou - via comunicado oficial - que “o ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff.
Ela agradeceu a dedicação dele à frente da pasta”.
Apesar de, oficialmente, o governo federal afirmar que Cid pediu demissão, nos bastidores os comentários são de que seu desligamento já estava na mira da presidente Dilma.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil FRP_Pronunciamento-de-Cid-Gomes-na-Camara-dos-Deputados_0218032015 - Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados - Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil