Refinaria Abreu e Lima.
Foto: reprodução/Petrobras As denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, devem atrasar as obras da segunda fase (trem 2) da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca.
Novas desmobilizações estão previstas entre abril e maio.
O número varia entre 3 e 5 mil funcionários.
Inicialmente, a petroleira planejava entregar a linha de produção em maio deste ano, mas em meio aos escândalos, o prazo foi postergado. » Em meio à investigação da Lava Jato, Refinaria Abreu e Lima inicia operação em unidade de coqueamento A Camargo Corrêa, uma das construtoras responsáveis pela obra, prevê a demissão de mais de 3 mil funcionários, mas o número pode ser ampliado.
Investigada pela Polícia Federal, a empresa mantém o contrato com a Petrobras até 28 de abril e precisa da renovação dos aditivos para dar continuidade aos trabalhos.
O acréscimo ao contrato seria de mais seis meses para finalizar o projeto, explicou uma fonte ao Blog de Jamildo.
O nó da questão é porque a Petrobras informou que não renovaria contratos com empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.
Mas, apesar do cerco aos negócios de empreiteiras e fornecedoras com a Petrobras, a estatal continua contratando empresas citadas na Operação Lava Jato.
Em reserva, uma fonte do Blog afirmou que o trem 2 da refinaria iria “hibernar” até 2019. “Isso vai causar a demissão em massa de mais de 5 mil trabalhadores nos meses de abril e maio.
Os funcionários são da Camargo Corrêa (Consorcio CNCC) e da Queiroz Galvão (Ipojuca Interligações), inclusive os profissionais das empresas terceirizadas da Petrobras que atuam como fiscais também serão desligados, alguns já estão de aviso prévio”, afirmou.
Um funcionário da empresa, que pediu para não se identificar, contou que todas as sextas-feiras funcionários vêm sendo convocados para receber o aviso prévio.
O coordenador de fiscalização do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Pernambuco (Sintepav-PE), Leodelson Bastos, confirmou a informação e acrescentou que a Camargo Corrêa se comprometeu a cumprir todos os direitos trabalhistas dos demitidos. “Porém, a gente não tem como informar se vão pagar tudo.
A promessa é quitar até o fim do mês de maio”. “O contrato da empresa encerra dia 28 de abril, mas não é o término da obra, mas do contrato.
Eles ainda estão vendo se conseguem um aditivo com a Petrobras, mas não é nada certo”, explicou Bastos.
Pelas previsões da Petrobras, a segunda fase da Refinaria seria entregue em maio deste ano.
Quando finalizada, a capacidade de processamento será de 115 mil barris por dia.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da petroleira, mas até o momento não recebeu o posicionamento referente à desmobilização ou sobre os novos prazos para a conclusão da segunda fase da refinaria.
A assessoria da Camargo Corrêa enviou uma nota afirmando que “o consórcio CNCC segue cumprindo o contrato firmado com a Petrobras e busca entendimento para finalizar o projeto conforme planejado pelo cliente”.
Segundo a empresa, o número exato de funcionários contratados é 3.330.
COPO CHEIO - Em meio às adversidades decorrentes da investigação, a empresa iniciou na última sexta-feira (13) as operações na Unidade de Coqueamento Retardado da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca, no litoral Sul de Pernambuco.
De acordo com a petroleira, com a ativação da unidade, todos os equipamentos de produção da primeira fase da Refinaria Abreu e Lima estão em operação, produzindo os diversos derivados na qualidade requerida pelo mercado.
Além da produção de coque (importante insumo utilizado pelas indústrias siderúrgica, metalúrgica e cimenteira como combustível), são processados na unidade outros derivados mais leves de petróleo.