Nesta quinta-feira, após divulgar que haviam formado um consenso para a escolha de um nome para o Hospital da Mulher, os vereadores divulgaram que surgiu o nome da médica ginecologista Maria das Mercês de Souza.

Nome e formação estavam errados. É a família que pediu a correção.

Escolhida para dar nome ao Hospital da Mulher da Prefeitura do Recife, a médica sanitarista e citopatologista Maria das Mercês Pontes Lima Cunha fez história no combate, prevenção e engajamento de profissionais da área de saúde na área de câncer de útero.

Nascida em São José do Lage, no Estado de Alagoas, se graduou na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde se formou em 1954.

Iniciou sua atuação profissional na Secretaria de Saúde de Pernambuco.

Em 1956, fez aperfeiçoamento na Clínica Ginecológica - Colposcopia e Colpocitologia - no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Em 1967, implantou o Serviço de Prevenção do Câncer do Colo Uterino do Hospital das Clínicas da UFPE e contribui para a criação do Setor de Citopatologia na disciplina de Anatomia Patológica e Fisiologia.

Desde então, doutora Mercês – como era conhecida - se dedicou à prevenção do câncer ginecológico e se transformou num símbolo de dedicação e solidariedade, transmitindo seus conhecimentos e lutando pela causa, tanto na conscientização da sociedade, quanto na articulação e mobilização das organizações de saúde pública.

Em 1960, passou a ser instrutora de ensino pela UFPE, após especialização pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Em 1973, fez o Curso de Ensino Aprendizagem da UFPE e implantou o Centro de Citohistopatologia.

Também iniciou o primeiro Curso de Formação de Citotécnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco.

Nessa fase, já reconhecida como uma referência nacional na prevenção do câncer ginecológico, passou a assessorar o Ministério da Saúde, na Divisão Nacional de Doenças Crônicas Degenerativas, e prestar consultoria à Organização Mundial de Saúde (OMS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Livre docente em Citopatologia, recebeu, em 1994, o título de professor emérito da UFPE e passou a lecionar no mestrado de Tocoginecologia da Universidade de Pernambuco (UPE). “Na profissão, a atuação de doutora Mercês reflete uma vida dedica â ciência e à saúde das mulheres.

Sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida da mulher brasileira é histórica.

No ensino, Mercês Cunha se destacou pela difusão do conhecimento, instruindo desde os profissionais técnicos de nível médio até os de nível superior e em nível de pós-graduação.

Deixou um exemplo de encorajamento dos profissionais de saúde a se integrarem na batalha da prevenção ao câncer ginecológico.

Seu legado se reflete hoje, em todo o Brasil, na organização de laboratórios, centros de pesquisa, cursos na área de saúde e programas de combate ao câncer cérvico-uterino”, informa a famïlia.

No campo pessoal, doutora Mercês se casou com o colega médico Ruy Pinto Cunha, com quem teve cinco filhos.

Faleceu em 20 de fevereiro de 2000.